Campanha em Moçambique: Aumenta a intolerância política
24 de setembro de 2024Agressões, intimidações, perseguições: é uma realidade com que os membros do Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS) têm sido confrontados várias vezes durante esta campanha eleitoral.
"Há uma perseguição muito maior dos nossos membros, sobretudo nos distritos mais recônditos, onde o controlo social do regime é mais forte", diz Albino Forquilha, o presidente do partido.
Forquilha conta que o último caso aconteceu durante a noite de domingo para segunda-feira, no distrito de Mabote, altura em desconhecidos destruíram material de campanha e o equipamento de som do partido.
O PODEMOS é um dos partidos que apoia a corrida presidencial de Venâncio Mondlane, antigo membro da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) que se apresenta agora como "candidato do povo".
Ao longo da campanha, Mondlane tem acusado o partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), de "perseguição política". A FRELIMO rejeita todas as acusações.
Outros casos
As denúncias não são só do PODEMOS. Gania Mussagy, deputada e membro sénior do maior partido da oposição, a RENAMO, disse à DW que desconhecidos agrediram, na semana passada, membros do partido residentes no distrito de Mabote, em Inhambane, que apoiavam a caravana de caça ao voto.
"Quando nós saímos, eles ficaram a fazer essas agressões contra aqueles que vieram nos acompanhar nas viaturas", relata Mussagy.
Também quem terá sido agredida, por desconhecidos, foi a cabeça de lista ao cargo de governador em Inhambane, Joana Mangenge, pelo partido MDM.
Contou à DW que foi agredida no distrito de Funhalouro na primeira semana de setembro, em plena campanha. "Há uma senhora que me empurrou. Como MDM, submeti o caso à delegação provincial. Há bem pouco tempo, um recebi telefonema com a informação do comando provincial a tramitar o assunto no comando distrital a para resolução do caso."
Contactada pela DW, a Polícia República de Moçambique (PRM) conta que foi notificada apenas num caso de alegada agressão, em que interveio brevemente. Além dessa participação, a PRM diz que não recebeu mais queixas.