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Moçambique começa a usar gasóleo menos poluente

Leonel Matias (Maputo)
9 de novembro de 2017

O novo combustível é melhor para o meio ambiente e para os próprios veículos. Automobilistas moçambicanos elogiam a iniciativa, que surge em cumprimento de uma recomendação das Nações Unidas.

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Estação de serviço em MaputoFoto: DW/L. Matias

O novo tipo de gasóleo que está a ser introduzido em Moçambique, denominado 50 ppm (parte por milhão), possui um teor de enxofre dez vezes menor que o atual. A migração para um combustível mais limpo tem outras vantagens como o aumento da vida útil do motor, a redução dos custos da sua manutenção e a melhoria do seu desempenho.

"Estamos a limpar cerca de 70% do combustível que circula no nosso país", sublinha Moisés Paulino, diretor nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis.

O parque automóvel de Moçambique está a crescer numa proporção geométrica e esse foi precisamente um dos factores para adoptar a recomendação da Organização das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), explica o responsável, acrescentando que o objetivo é "prevenir para que poluamos menos o país".

Moçambique começa a usar gasóleo menos poluente

O gasóleo usado até aqui, com um grau de enxofre de 500 ppm, será substituído em todos os postos de abastecimento de combustíveis. 

Com este passo, o gasóleo usado no país passa a ser igual ao que é usado em países vizinhos, como é o exemplo da República da África do Sul, assim se referiu um comunicado do Governo moçambicano sobre o assunto.  

Segundo nota divulgada no início do mês pelo Ministério da Energia e Recursos Minerais, o objetivo é eliminar totalmente a utilização no país do gasóleo com elevado teor de enxofre, substituindo-o por gasóleo menos poluente.

Vantagens 

O preço de compra do novo tipo de gasóleo não sofreu qualquer alteração nas estações de serviço. "Além disso, as nossas viaturas vão emitir menos fumo negro. Isso vai contribuir para a preservação do ambiente e significa que a nossa saúde estará protegida", explicou o diretor nacional de Combustíveis, em relação à introdução do novo tipo de gasóleo.

Mosambik | Taxifahrer Candido Silvestre Magujele
Taxista Cândido Silvestre MagujeleFoto: DW/L. Matias

A maior parte das viaturas que circulam no país são importadas depois de rejeitadas nos países de origem devido ao elevado número de anos de uso e ao seu desgaste.

É possível constatar nas cidades moçambicanas, em particular nas horas de ponta, que muitas viaturas emitem grandes quantidades de gases poluentes para o ambiente que são indirectamente inalados pelos transeuntes. A DW África saiu à rua e colheu a opinião de automobilistas em relação ao novo produto.

"É muito importante termos uma nova marca. Para nós também faz muito bem porque é económico, provoca menos poluição e ajuda  a nossa própria saúde", afirma o taxista moçambicano Cândido Silvestre Magujele.

Mosambik | Arnaldo Januário neben seinem Tricicle
O motociclista Arnaldo Januário aprova o uso do novo gasóleoFoto: DW/L. Matias

Para o motociclista Arnaldo Januário, o novo combustível é bem-vindo por uma simples razão. "Tem menos poluição e o motor dura mais", resumiu.

Mudança urgente

Moçambique é considerado um dos países no mundo mais vulneráveis às mudanças do clima, dada a sua localização geográfica, o relevo e a fragilidade das infraestruturas.

O país consome anualmente cerca de um milhão e quinhentos mil metros cúbicos de combustível, dos quais 70% são do gasóleo.

Ainda no âmbito das medidas para a preservação do meio ambiente, o Parlamento moçambicano aprovou esta quarta-feira (07.11), na generalidade e por consenso, uma resolução que ratifica o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.

O país assinou o acordo durante a Conferência das Nações Unidas, realizada em 2015, conhecida por COP 21, que definiu metas para a redução dos efeitos das mudanças climáticas.

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