Moçambique: Conselho Constitucional rejeita anular eleições
15 de novembro de 2019"O Conselho Constitucional nega provimento ao pedido de declaração de nulidade da votação e do apuramento a todos os níveis das eleições presidenciais, legislativas e das assembleias provinciais", lê-se no acórdão datado de dia 11 e citado pela agência Lusa.
O recurso do principal partido da oposição tinha sido entregue em 29 de outubro.
Na altura, Venâncio Mondlane, mandatário da RENAMO, disse que o partido queria "a anulação das eleições, porque elas não foram eleições. Foram uma caricatura, uma exibição circense".
Alertas de Momade
Entretanto, esta quinta-feira (14.11), o presidente da RENAMO, Ossufo Momade, afirmou que Moçambique se arrisca a voltar a um novo conflito caso o Conselho Constitucional valide os resultados eleitorais de 15 de outubro.
"Se quiserem salvar Moçambique, estas eleições devem ser anuladas. O Conselho Constitucional deve, através do nosso recurso, respeitar a vontade do povo moçambicano", disse Ossufo Momade, falando durante um comício na cidade Pemba, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
Durante a intervenção, o líder do principal partido da oposição afirmou que o seu partido não está interessado na guerra, advertindo, no entanto, que a RENAMO não tem medo da guerra".
"Não vamos aceitar que um punhado de pessoas altere aquilo que é a vontade dos moçambicanos", frisou Ossufo Momade.
RENAMO volta a negar responsabilidade por ataques
O líder da RENAMO reiterou que os grupos que têm protagonizado ataques armados contra viaturas no centro do país, na Estrada Nacional 1, não são da RENAMO contrariando a versão das autoridades moçambicanas que têm vindo a responsabilizar o braço armado do partido pelos ataques, que já provocaram pelo menos 10 mortos.
"Aquele grupo que está a disparar no centro de Moçambique não está ligado à RENAMO. Nós respeitamos aquilo que assinámos no dia 6 de agosto [Acordo de Paz e Reconciliação], mas não vamos deixar que se altere a vontade do povo", frisou.
Ossufo Momade acusou ainda a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de estar a tentar "empurrar o país para a guerra" com a alegada fraude nas eleições. Querem-nos na guerra para que eles fiquem a roubar", concluiu o líder da Renamo.
Os resultados eleitorais anunciados pela Comissão Nacional de Eleições deram larga vantagem à FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), cujo candidato foi reeleito à primeira volta para um segundo mandato como Presidente, com 73% dos votos. Para o parlamento, a FRELIMO conseguiu eleger 184 dos 250 deputados.