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Investidores alemães de olho em Moçambique e Angola

Mark Cadwell / Nuno de Noronha16 de dezembro de 2014

Segundo um novo ranking da associação empresarial "Afrika-Verein", a África do Sul, a Nigéria e o Gana são os países mais interessantes para os investidores alemães no continente. Moçambique é um "novo atrativo".

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Foto: ENI East

As pequenas e médias empresas alemãs estão a perder oportunidades de investimento em África, segundo a associação "Afrika-Verein", um organismo composto por empresas alemãs com negócios em África, liderado por Christoph Kannengießer.

Angola e Moçambique surgem na última lista de mercados africanos mais interessantes para as empresas alemãs, divulgada esta segunda-feira (15.12.2014) pela organização.

DW África: Recomendaria aos empresários alemães investir em Angola e Moçambique?

12.09.2014 journal wirtschaft Christoph Kannengießer, Geschäftsführer des Afrika-Vereins der deutschen Wirtschaft
Christoph Kannengießer, presidente da "Afrika-Verein"Foto: DW

Christoph Kannengießer (CK): Os dois países não são comparáveis atualmente. Angola tem um Produto Interno Bruto (PIB) muito maior, à volta de 150 mil milhões de dólares americanos. Moçambique tem um PIB nominal de apenas 16,6 mil milhões. Porém, há oportunidades nos dois países. Angola é um país mais desenvolvido, mas Moçambique está a apanhá-lo na corrida, porque a exploração de gás e carvão assim como os planos de investimento do Governo em portos, vias de trânsito, ligações ferroviárias originam muitas oportunidades no setor energético e de infraestrutura. Angola já é um mercado atrativo para a produção de máquinas, para o setor automóvel, para a indústria alimentar e também para a agricultura.

DW África: O maior parceiro comercial da Alemanha no continente africano é a África do Sul. Por outro lado, o presidente do país, Jacob Zuma, defende a aposta nas parcerias com o continente asiático, sobretudo com a China, um dos caminhos, segundo ele, para o país se libertar dos fantasmas do colonialismo. Isto não provoca uma certa apreensão entre os investidores ocidentais?

CK: Claro, este tipo de discurso não é útil para motivar os alemães e as empresas europeias a investir e a fazer negócios na África do Sul. Outros aspetos importantes são o cancelamento do tratado bilateral entre a África do Sul e a Alemanha, assim como de outros acordos com a União Europeia. O clima de negócios atual já não é o que era. Mas, por outro lado, a África do Sul continua a ser o mercado mais importante para as empresas alemãs neste continente, assim como o maior destino de investimento.

DW África: A Nigéria surge cada vez mais como um país importante. Os últimos dados indicam que este país já ultrapassou a África do Sul no que toca ao tamanho da economia, ainda que a insurgência armada e a corrupção continuem a assolar o país, além da queda mundial do preço do petróleo. Por que é que os empresários alemães devem investir na Nigéria?

CK: A Nigéria é um país com uma economia dinâmica e um crescimento da população também ele muito dinâmico. O terrorismo e a corrupção são, de facto, um desafio para a Nigéria, mas muitos indicadores dão conta que a Nigéria é uma das economias mais emergentes no continente africano.

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DW África: Se tivesse de indicar apenas um motivo para investir em África, que motivo seria esse?

CK: Em África, existe uma população nova com pouco capital. E isto é motivo suficiente para procurar oportunidades de investimento no continente africano.

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