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Moçambique está perto de acabar com as minas terrestres

Romeu da Silva (Maputo)10 de julho de 2013

O Governo dispõe de 10 milhões de dólares, doados pela ONU, para concretizar o plano até 2014, cumprindo o Tratado de Ottawa. Segundo o Instituto Nacional de Desminagem, até 2012, 103 de 128 distritos já estavam limpos.

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Moçambique está perto de acabar com as minas terrestresFoto: Romeu da Silva

Moçambique poderá declarar-se livre de minas terrestres em 2014, apesar dos 50 anos previstos inicialmente, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992.

O país está a fazer progressos para acabar com os engenhos explosivos e neste momento, dos 128 distritos existentes, foram removidas minas em 103 deles. Agora faltam apenas 25 distritos na região centro e sul. Para o efeito, o Governo do país dispõe de cerca de 10 milhões de dólares doados pelas Nações Unidas para concretizar este plano até 2014, cumprindo, assim, o Tratado de Ottawa. Se o objetivo for cumprido, Moçambique poderá ser o primeiro dos cinco países mais afetados pelas minas a alcançar tal feito.

De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicano, Oldemiro Balói, o país tem capacidade técnica para acabar com as minas terrestres. E isso “poderá constituir um marco significativo no contexto de cumprimento dos compromissos assumidos nos planos de ação de Nairóbi e de Cartagena”.

Urgência de limpar áreas de minas tem razões económicas

Entre os motivos que levam a que seja crucial finalizar o processo de desminagem em Moçambique estão intervenções nas áreas de prospeção mineira, barragens, corredores ferroviários e rodoviários bem como “algumas infra-estruturas estratégicas com impacto económico e social, como a Hidroeléctrica de Cahora Bassa e linhas de transporte de energia de alta tensão nas províncias de Maputo, Manica e Sofala”, afirma Oldemiro Balói.

De acordo com o chefe da diplomacia do país, “a estratégia do Governo assenta no desenvolvimento de esforços para a consolidação do processo de coordenação, principalmente ao nível de garantia de qualidade e da gestão de informação”. Mas a estratégia assenta ainda na capacitação técnica de quadros nacionais, diz Balói, “incluindo a polícia e o exército para a execução das tarefas de destruição de engenhos não explosivos e intervenções de desminagem sempre que necessário”.

“Plano de ação contra minas é ambicioso, mas viável”

Jennifer Topping, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD, reconhece a dura tarefa de livrar o país das minas devido à vastidão do território nacional. Como sinal do seu compromisso para acabar com os artefatos explosivos, o Governo está a abrir espaço para o desenvolvimento de outras atividades socioeconómicas da população.

Segundo Topping, esta tem sido uma resposta ao pedido do Governo, “que permitiu que o programa nacional de ação contra as minas aumentasse as capacidades nacionais, a coordenação e gestão de informação bem como o número de equipas de desminagem humanitária que operam no país”. Tal resultou também em mais metros quadrados de áreas desminadas por ano, promovendo o desenvolvimento e reduzindo a pobreza.

“Os parceiros internacionais têm”, segundo Jennifer Topping,“respondido positivamente à abordagem do Governo para uma forma mais inclusiva e aberta” no sentido de resolver os problemas das minas terrestres. A busca conjunta de soluções com visitas regulares ao campo demonstraram, diz, o empenho em melhorar a coordenação de esforços e envolver todas as partes interessadas como parceiros internacionais em decisões estratégicas.

Moçambique tem estado a levar a cabo campanhas de educação e sensibilização da população sobre o perigo de minas, que continuam a causar danos nas comunidades.

Moçambique está perto de acabar com as minas terrestres

Jennifer Toping, vom UNDP
Jennifer Topping, do PNUD, diz que programa de desminagem tem aumentado as capacidades locaisFoto: Romeu da Silva
Oldemiro Baloi, mosambikanischer Außenminister
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicano, Oldemiro Balói, o país pode eliminar por completo as minas terrestresFoto: Romeu da Silva