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Governo anuncia "abate de 50 terroristas" em Cabo Delgado

Lusa
15 de maio de 2020

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Moçambique abateram, nas últimas 48 horas, um total de 50 membros dos grupos que têm protagonizado ataques armados em Cabo Delgado, norte do país.

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Foto: AFP/J. Nhamirre

Segundo o anúncio do ministro do Interior de Moçambique, Amade Miquidade, esta quinta-feira (14.05), em Maputo, a primeira incursão das FDS ocorreu na quarta-feira (13.05), quando um grupo de insurgentes foi surpreendido pelas autoridades em três viaturas, igual número de motorizadas e um camião cisterna, que terá sido roubado, na estrada que liga Chinda e Mbau, no distrito de Mocímboa da Praia.

Nesta ocasião, durante os confrontos, terão sido abatidos 42 atacantes, além de terem sido destruídos as viaturas. 

Symbolbild | Im Norden Mosambiks sind 50 Zivilisten von Dschihadisten ermordet worden
Aldeia da Paz, nos arredores de Macomia (2019)Foto: AFP/J. Nhamirre

A segunda operação ocorreu na madrugada de quinta-feira em Quissanga, quando um grupo insurgente tentou invadir novamente o distrito e, durante confrontações com as FDS, oito membros foram abatidos e outros, em número desconhecido, foram feridos.

"As Forças de Defesa e Segurança condenam de forma veemente as repugnantes e calamitosas façanhas dos assassinos, assim como a destruição indiscriminada de bens da nossa população", afirmou Amade Miquidade, acrescentando que o objetivo dos grupos é "inviabilizar, através do terror, medo e desunião, a vontade dos moçambicanos de construírem uma nação próspera na base dos ricos recursos que abundam naquela parcela do país".

Sequência de ataques

Segundo o ministro, as incursões das FDS ocorreram após uma sequência de ataques dos grupos insurgentes registados nos distritos de Nangade, Quissanga, Mocímboa da Praia, Meluco, Muidumbe e Mueda, entre os dias 03 e 13 deste mês.

Destas incursões, as autoridades registaram um total de 11 aldeias destruídas, 16 cidadãos raptados e outros 14 desaparecidos, além da vandalização de linhas de comunicações móveis e de um hospital recém-construído em Awasse.

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"As ações de terror não surgem de forma fortuita, carregam uma agenda externa, contra a qual apelamos à união de todo o povo moçambicano", declarou Amade Miquidade, que exortou as comunidades locais a cooperarem com as autoridades.

Violência armada

Cabo Delgado, região onde avançam megaprojetos para a extração de gás natural, vê-se a braços com ataques de grupos armados classificados como uma ameaça terrorista desde outubro de 2017 e que já provocaram a morte de, pelo menos, 550 pessoas. As autoridades moçambicanas contabilizam 162 mil afetados pela violência armada na província.

No final de março, as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas por um grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança.

Na ocasião, num vídeo distribuído na internet, um alegado militante 'jihadista' justificou os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na região.

Foi a primeira mensagem divulgada por supostos autores dos ataques que ocorrem desde outubro de 2017 na província de Cabo Delgado, gravada numa das povoações que invadiram.

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