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Liberdade de imprensaMoçambique

Moçambique: Governo nega ataque da polícia a jornalistas

Cristiane Vieira Teixeira | Silaide Mutemba
22 de outubro de 2024

"O que não posso assumir, porque não é verdade, é que tenha havido disparos contra jornalistas", disse hoje o porta-voz do Conselho de Ministros.

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Protesto em Maputo na quinta-feira, 21 de outubro
Foto: Alfredo Zungia/AFP

Contrariamente ao que pode ser visto em imagens feitas pelos própriosjornalistas, o Executivo moçambicano defendeu hoje que as Forças de Defesa e Segurança não alvejaram jornalistas durante as manifestações de segunda-feira (21.10).

O posicionamento foi avançado pelo porta-voz do Conselho de Ministros em Maputo. Filimão Suazi disse que os jornalistas foram atingidos porque estavam no mesmo local onde havia manifestantes.

"O que não posso assumir, porque não é verdade, porque eu também assisti, é que tenha havido disparos contra jornalistas", declarou.

"Houve disparos contra manifestantes, os jornalistas estavam posicionados num lugar onde também estavam manifestantes e, nessa sequência, terão sido atingidos por essas balas de gás lacrimogéneo, o que levou a que tivessem de se dispersar, terminando a conferência que estava a acontecer por parte de um dos candidatos presidenciais", relatou.

"Isso posso afirmar porque também vi, todo o mundo viu. Mas não posso afirmar que houve uma intenção objetiva de atingir qualquer jornalista," acrescentou.

Moçambique: Polícia carrega sobre jornalistas e Mondlane

O porta-voz do Governo disse ainda que as Forças de Defesa se poderão ter confundido no calor do momento.

"Eu penso que é parte do vosso trabalho. Há de perceber que, em circunstâncias como aquelas, pode acontecer que as pessoas representando as Forças de Defesa e Segurança que estiverem a dispersar esses ajuntamentos informais não poderão, em certo momento, ter discernimento de que aqui é jornalista e aqui é manifestante, e na altura de lançar o gás lacrimogéneo, porque se trata de gás, eventualmente atingir jornalistas", argumentou.

Filimão Suazi acrescentou ainda que, em "momento oportuno", haverá um pronunciamento mais detalhado.

"Quando já tiver sido feita a análise de até que ponto foram atingidos jornalistas, que consequências aconteceram. Até que ponto isso pode ser tido como uma ação de coartar o vosso trabalho, o que certamente não foi. Mas vai haver um pronunciamento", concluiu.