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Moçambique: FRELIMO encerra campanha eleitoral em Mocuba

Nádia Issufo (Quelimane)
11 de outubro de 2019

Em Mocuba, onde decidiu encerrar a sua campanha eleitoral na Zambézia, Nyusi deu destaque à paz, lembrou o seu eleitorado da sua responsabilidade no desenvolvimento do país e lançou indiretas à oposição.

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Mosambik Wahlkampagne von FRELIMO
Filipe Nyusi, em Mocuba, ZambéziaFoto: DW/N. Issufo

Não foi por acaso que Mocuba foi escolhida pela FRELIMO para o encerramento da sua campanha eleitoral na província moçambicana da Zambézia. Trata-se de um bastião do partido no poder, numa província praticamente dominada pela principal força da oposição, a RENAMO. A Zambézia é o palco da luta mais renhida pelo voto.

Dirigindo-se a uma imensa multidão,  designada de onda vermelha pelos seus correlegionários e apoiantes, o candidato da FRELIMO às presidenciais começou por lembrar os feitos do seu mandato governamental, que agora termina.

"Durante os cinco anos, metemos mais de 8500 crianças nas carteiras só neste distrito. Temos mais de 686 mil alunos sentados nas carteiras, apesar de haver gente a dizer que a madeira sai para a China.etc. Não interessa se sai para a China, se sai legalmente, deixa sair. Vão-me dizer que as carteiras são feitas de bambu?", disse Nyusi.

Moçambique: "Guerra deve ser evitada sempre", diz Filipe Nyusi

Ao mesmo tempo que pedia trabalho em prol do desenvolvimento do país ao seu eleitorado, Filipe Nyusi lançava farpas ao candidato a governador desta província do partido RENAMO, Manuel de Araújo.  "Nós pensamos em grande, agora pensar que vai subir salários? Vocês estão a dirigir-se a um município que não paga salários", disse Nyusi, questionando os presentes: "vocês são crianças para serem enganados? Quando a criança chora e a gente dá um rebuçado, ela cala-se um pouco, não é? Vocês esquecem-se que  o rebuçado fica só na boca? O rebuçado resolve o problema da fome?".

"É possível desenvolver este país com guerra?"

Filipe Nyusi encerra a campanha eleitoral na Zambézia

Um dos três pontos principais do candidato da FRELIMO às presidenciais é a paz no país. Por isso, em Mocuba, Nyusi voltou a afirmar que "a guerra deve ser evitada sempre" e deu a entender que o sucesso das negociações de paz para Moçambique estão nas mãos da RENAMO.

"É possível desenvolver este país com guerra? É que a guerra tem que ser evitada sempre, não só uma vez. Você pode assinar um acordo, mas não pensa que já acabou, porque malandros existem sempre e sempre existirão. Ouvi, na província de Manica, que mataram um camarada meu porque estava a fazer campanha. O que é isto? Temos de falar sempre em paz, todo o mundo luta pela paz. É um processo que temos de discutir sempre. Esses que estão no mato têm de sair do mato", disse.

Em Mocuba, os jovens da FRELIMO, que estavam em peso no comício, estão confiantes na vitória do seu candidato. Um destes jovens, ouvido pela DW África, afirma que: "Vou votar na FRELIMO para que dê continuidade aos trabalhos que têm vindo a realizar para o bem-estar e desenvolvimento do povo moçambicano".

Na próxima terça-feira (15.10), 12,9 milhões de eleitores moçambicanos vão às urnas para escolher o Presidente da República, dez assembleias provinciais e respetivos governadores, bem como 250 deputados da Assembleia da República. 

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