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Inhambane: Jovens pagam para ter emprego

9 de setembro de 2021

Na província de Inhambane, sul de Moçambique, os jovens dizem que lhes são exigidos o equivalente entre 100 e 500 euros para conseguirem um emprego. Agastados, exigem que o Governo intervenha para acabar com a extorsão.

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Mosambik – Zuschuss für Essen für Rentner
Foto: DW/C. Fernandes

Muitos jovens em Inhambane têm dificuldades em encontrar emprego, mesmo quando têm uma formação técnico-profissional ou licenciatura. E quando há vagas, muitas vezes têm de pagar somas elevadas para obterem um contrato.

Cintia José revelou à DW, que anda há três anos à procura de emprego. Mas sem sucesso, porque não tem dinheiro para pagar o que lhe exigem os potenciais patrões.

“Saem vagas de emprego, você vai na correria, "eu quero". Mas o que te dizem lá é: para você entrar aqui tem de pagar algum valor. Podem-te cobrar 12 mil, 30 mil ou 40 mil meticais."

Prática criminosa comum em instituições privadas e públicas

Nildo Chinavane, que se formou em Chicuque como professor há cerca de dois anos, disse à DW que lhe foi exigido pelo facilitador de emprego numa instituição pública, um pagamento inicial de vinte e cinco mil meticais (equivalente a 300 euros). Quando começasse a trabalhar, teria então de pagar mais alguns milhares de meticais. 

“Onze mil meticais, já depois de estar a trabalhar. O resto do valor podia pagar, mas não consegui o valor e assim perdi esta oportunidade de emprego”.

Währung Mosambik
Empregadores pedem milhares de meticais em troca de empregoFoto: Imago

Sandra Flávio concluiu o ensino secundário. Conta que também lhe pediram dinheiro em troca de um emprego. Por isso continua desempregada e pede ao Governo que tome medidas para pôr fim à venda de vagas nas instituições públicas e privadas.

Até na polícia

“Deviam parar essas coisas de exigirem dinheiro para emprego, porque nem todos têm dinheiro para pagar o valor que eles precisam. Se nós não temos dinheiro, como é que vai ser?”

A venda de contratos acontece em quase todas instituições públicas e privadas. Juma Aly Dauto, porta-voz da polícia no comando provincial de Inhambane, confirma que tem recebido queixas sobre tentativas de extorsão até na polícia. O agente diz que os cidadãos não devem pagar os valores ilegalmente exigidos.

“Recebemos sempre queixas nas esquadras, mas não é só dentro da corporação. Também acontece noutras áreas com promessas de emprego ou admitidos dentro da instituição”, disse Aly Dauto.

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