Moçambique: Marromeu vai novamente a votos
22 de novembro de 2018Pelo menos seis mil cidadãos votam esta quinta-feira (22.11) no município de Marromeu, no centro de Moçambique, na repetição das autárquicas. A nova eleição está a decorrer em apenas oito das 39 mesas de voto. A votação de 10 de outubro foi invalidada pelo Conselho Constitucional.
Neste escrutínio, concorrem a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido.
Logo nas primeiras horas, eleitores marcaram filas para votar nas escolas Samora Machel e 25 de Junho. A eleitora Joana Sainda, em entrevista à DW África, lamentou o facto de se ter registado problemas nas eleições de 10 de outubro. "Se não houvesse aqueles problemas, já estaríamos a saber quem vai nos governar, agora andaram a fazer brincadeiras", desabafou a eleitora.
Presença policial
Algo estranho registado e anotado pelos observadores foi a presença de agentes da polícia mesmo perto das filas, o que viola a lei que estabelece que os polícias devem permanecer a pelo menos 300 metros de distância das assembleias de votação.
O observador nacional António Zefanias lamentou e garantiu ter reportado o caso ao Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE). Ainda segundo o observador, após a reclamação, os agentes afastaram-se.
"De princípio a polícia estava num raio não adequado, mas depois de uma explicação, os agentes se afastaram. Penso que no fundo o que se quer é que este processo seja livre, justo e transparente, de modo que não haja repetição porque isto gasta dinheiro", afirmou António Zenafias, que avaliou positivamente o andamento da votação.
O diretor provincial do STAE, Jorge Donquene, garante que toda logística está criada para que o processo decorra dentro da normalidade. "Está tudo apostos para que o processo decorra com normalidade, reparando para o clima que é bastante calmo", conluiu.
Repetição
A marcação da votação para hoje foi decidida na última segunda-feira pelo Conselho de Ministros, que acolheu uma proposta de data feita pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), conforme prevê a legislação eleitoral moçambicana.
A repetição da votação foi ordenada pelo de Constitucional - equivalente a um Tribunal Constitucional -, que considerou terem ocorrido graves irregularidades no escrutínio em Marromeu durante a realização das eleições autárquicas de 10 de outubro.
A FRELIMO venceu as eleições autárquicas de 10 de outubro em 43 das 53 autarquias do país, a RENAMO ganhou em oito e o MDM numa autarquia.