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RENAMO acusa "inimigos externos" de promover divisão

26 de novembro de 2020

Responsáveis do principal partido da oposição, RENAMO, desvalorizam a contestação interna à chefia de Ossufo Momade e questionam a agenda política dos organizadores dos protestos.

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Mosambik | Arlindo Bila von der Oppositionspartei RENAMO
Arlindo Bila, delegado político e deputado da RENAMOFoto: Romeu da Silva/DW

Em resposta a contestações à liderança do partido Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) reiterou nesta quinta-feira (26.11) na capital, Maputo, o "total apoio" ao seu líder. Ossufo Momade foi alvo de protestos recentes de membros do maior partido da oposição em Tete, centro do país.

A RENAMO diz que os protestos não vão pôr em causa a liderança deste no maior partido da oposição. O protesto realizado na segunda-feira (23.11) na província de Tete terminou em pancadaria entre correligionários que apoiam e contestam à liderança de Momade. Duas pessoas ficaram gravemente feridas.

A RENAMO salientou em conferência de imprensa que Ossufo Momade foi eleito democraticamente na reunião realizada em 2019, em Gorongosa, centro do país. As manifestações contra Momade não vão dividir a RENAMO, garante o delegado político e deputado na Assembleia da Republica, Arlindo Bila.

Mosambik | Protest gegen Ossufo Momade
A RENAMO desvaloriza os protestos contra a liderança de Ossufo MomadeFoto: Privat

Contestação equivale a agir "à margem da lei”?

"A RENAMO é esta dirigida por sua excelência presidente Ossufo Momade. Por isso não temos duvidas de que a RENAMO está aqui, continuamos a trabalhar, temos compromissos, sabemos que somos políticos, temos adversários e temos inimigos”.

Bila lembrou que na RENAMO existem estatutos que contêm órgãos aos quais todas as inquietações devem ser dirigidas e aos quais todos os membros devem obediência.

Leia também: Moçambique: Membros da RENAMO saem às ruas contra Ossufo Momade

"Não seguir este caminho não difere de estar a agir à margem da lei. Mais do que isso, é desvirtuar um dos princípios que norteiam a luta da RENAMO e nenhum membro sério poderá embarcar nisso. O que nos leva a questionar a verdadeira militância e agenda dos cabecilhas deste grupo”.

Ossufo Momade
Ossufo Momade, líder da RENAMOFoto: Roberto Paquete/DW

Arlindo Bila diz que as tentativas de dividir a RENAMO já são antigas. Por isso, o delegado político na capital não tem duvidas de que estas situações, como as de Tete, têm "mão” externa.

"Estamos a falar dos nossos adversários, dos nossos inimigos. Somos um partido político e estamos conscientes de que não somos o único partido em Moçambique”, disse lembrando não ser a primeira vez que a RENAMO se depara com este tipo de dificuldade: "Já aconteceu em tempos, mesmo durante a luta dos 16 anos, tínhamos estas situações.”

Divisões internas afetam todo o país

O jurista Job Fazenda em entrevista ao canal privado de televisão, STV, parceira da DW África, disse que é urgente que a RENAMO se reencontre para preservação da paz.

"Alguém dizia, se a guerra ocorresse apenas dentro da RENAMO sem perigar as vidas humanas, como acontece na zona centro, nós provavelmente como moçambicanos diríamos que o interesse não seria muito acentuado. Mas este aspeto interessa-nos sobremaneira a olhar pelos resultados que isso esta a causar não só àquelas pessoas que são vitimas mas pela nossa economia por causa desta confusão”, disse Fazenda.

Recorde-se que os contestatários de Ossufo Momade, em Tete, denunciam que as crises internas dentro da RENAMO não estão apenas a ter consequências dentro do partido, mas também para todo o país.