Moçambique: SADC consciente da necessidade de união, diz PR
24 de março de 2024"Todos estão conscientes de que é preciso continuarmos unidos e a trabalhar arduamente para vencermos o terrorismo em Cabo Delgado, apesar do plano de retirada das forças da missão militar da SADC até julho", declarou Filipe Nyusi, numa mensagem divulgada na sua página da rede social Facebook, após participar na cimeira extraordinária da Troika da SADC para defesa e segurança, ocorrida no sábado (23.03) em Lusaca, na Zâmbia.
A missão da SADC em Moçambique (SAMIM) está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em agosto de 2023, a SADC aprovou a prorrogação da missão da SAMIM por mais 12 meses, até julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva das forças dos oito países da região que a integram.
"Como moçambicanos, precisamos estar preparados para esta realidade. Não fiquemos distraídos. A responsabilidade maior está connosco. Precisamos estar todos unidos e concentrados", declarou o chefe de Estado moçambicano, acrescentando que os países da região se manifestaram abertos para uma cooperação bilateral, caso se justifique.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação moçambicana disse que a missão militar da SADC vai abandonar o país devido a limitações financeiras.
"A SAMIM está a enfrentar alguns problemas financeiros e nós [Moçambique] também temos de tomar conta das nossas tropas e teríamos dificuldades em pagar pela SAMIM. Os países não estão a conseguir colocar o dinheiro necessário (...)", declarou à emissora pública de televisão moçambicana Verónica Macamo, à margem da cimeira.
A SAMIM compreende tropas de oito países contribuintes da SADC, nomeadamente Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Maláui, África do Sul, República Unida da Tanzânia e Zâmbia, "trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado".
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência, que desde dezembro de 2023 voltou a recrudescer com vários ataques às populações e forças armadas, levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio primeiro do Ruanda, com mais de 2.000 militares, e da SADC, libertando distritos junto aos projetos de gás.