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Vítimas do Idai e Kenneth ainda precisam de ajuda

Lusa | ni
9 de setembro de 2019

Ainda falta dinheiro para ajuda humanitária nas zonas afetadas pelos ciclones Idai e Kenneth, informa a rede Fews, a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome.

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Mosambik Idai Wiederaufbau
Diniz Jerónimo é agricultor de Nhampuepua, centro de Moçambique, e voltou a plantar a sua terra depois do ciclone IdaiFoto: Reuters/S. Eisenhammer

O retrato está alinhado com o mais recente feito pelas Nações Unidas, em julho, segundo o qual são necessários 388 milhões de euros para apoio a 2,4 milhões de pessoas e só 45% está garantido pela comunidade internacional.

"A assistência alimentar de emergência está em transição para a assistência de recuperação precoce nas áreas afetadas pelos ciclones, no entanto, o financiamento é insuficiente para atender à necessidade [...], atendendo apenas a 40% da necessidade estimada", lê-se no mais recente relatório sobre Moçambique.

Por outro lado, o financiamento da assistência "para as áreas do sul afetadas pela seca é limitado", refere a rede Fews, sendo que esta região precisa de ajuda acrescida durante a estação de pousio, de outubro a janeiro.

Ainda assim, olhando para o mapa de necessidades, a assistência humanitária em andamento e a recente colheita acima da média têm minimizado os problemas.

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Fome nas zonas afetas pelos ciclones

Numa escala de 01 a 05 (que vai de risco mínimo até fome, respetivamente), regista-se uma situação de crise (nível 03) que cobre áreas afetadas pelos ciclones Idai, em meados de março, e Kenneth, em finais de abril, no Centro e Norte de Moçambique respetivamente.

O mesmo grau de dificuldade preenche zonas do mapa a Sul, devido à seca, e na costa Norte, por causa do conflito em Cabo Delgado, detalha a Fews.net.

Em outubro, as zonas em crise (nível 03) devem alastrar-se, segundo a rede Fews, à medida que "muitas famílias pobres ficarem sem alimentos, nem fontes de rendimento" até nova época agrícola, podendo ser necessária "assistência alimentar humanitária urgente".

Previsões de chuvas tardias e possíveis efeitos

Mosambik Idai Wiederaufbau
Diniz Jerónimo é agricultor de Nhampuepua, centro de Moçambique, e voltou a plantar a sua terra depois do ciclone IdaiFoto: Reuters/S. Eisenhammer

De acordo com previsões internacionais, "é provável que a temporada de chuvas 2019/20 comece tarde com chuvas acima da média no Norte e abaixo da média na região Sul".

"Prevê-se que tal retarde a atividade agrícola, bem como a disponibilidade de alimentos frescos", acrescenta.

 Prevê-se que o fenómeno El Niño (conjugação cíclica de fenómenos meteorológicos que pode provocar cheias ou secas) seja neutro, sem influência nas condições sazonais.

Nos mercados moçambicanos monitorizados pela rede, o preço do milho, em julho, estava bem acima (quase 45%) dos preços dos últimos anos e 20% acima da média de cinco anos. Ainda assim, no médio prazo, os preços do milho, farelo e arroz permaneceram relativamente estáveis. 

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