Moçambique é visto como modelo mundial de proteção social
30 de julho de 2015O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado em Maputo, afirma que houve melhorias na protecção social em Moçambique, desde 2005. O resultado deve-se a coordenação entre as agências das Nações Unidas, o Governo moçambicano e os parceiros nacionais e internacionais do país. O relatório considera ainda que Moçambique passa a ser agora modelo mundial na proteção social.
O representante da plataforma da sociedade civil moçambicana, Sérgio Falange, considera justo este título, mas lembra que a proteção social ainda não beneficia a todos em Moçambique.
"Persiste a necessidade de maior cobertura e de aumento dos agregados familiares beneficiários e é preciso aumentar o valor das transferências sociais básicas para alcançar os padrões da vida material", justifica.
Além disso, o sistema de gestão tem de melhorar e envolver mais beneficiários na solução dos seus problemas, sublinha Sérgio Falange.
Embora reconheça que o país é exemplo de nesta matéria, a diretora do departamento de Proteção Social da OIT, Isabel Ortiz diz que persistem os desafios ainda por alcançar, mas que a experiência de Moçambique é muito importante para todo o mundo.
Desde as mudanças em Moçambique, 15% da população está coberta pelo sistema de proteção social, explica ela e "isso é uma grande melhoria", completa.
Desafios
Para que Moçambique mantenha o estatuto de exemplo mundial na proteção social, deve potencializar o fator direitos humanos, acredita Koenraad Vanormelingen, representante da UNICEF.
"Atualmente 425 mil famílias estão sendo beneficiadas . Mas também não podemos esquecer da gratuidade da educação e da saúde, para complementar a proteção social. Há muitos progressos, mas o desafio é decidir qual é o maior investimento, para o futuro."
Para o vice-ministro do Género, Criança e Ação Social de Moçambique, Lucas Mangrasse, estes fatores devem ser conjugados por todos os intervenientes. "O país esta a fazer grande esforco para que tenha maior número de beneficiários. Os próprios apoios que são disponibilizados tendem melhorar."