MPLA acusa militantes da oposição por boatos de insegurança
20 de agosto de 2017O Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) acusou este domingo (20.08) militantes dos dois maiores partidos da oposição angolana, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e a Coligação Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), de alarmar a população da província do Cuanza Norte com "boatos" de insegurança nas eleições de quarta-feira, 23 de agosto.
De acordo com um alerta do comité provincial do MPLA, militantes daqueles dois partidos estão a propagar "boatos que insinuam uma situação de insegurança na província", decorrente da realização das eleições gerais, "incitando os seus habitantes a refugiarem-se em Luanda".
O partido no poder em Angola desde 1975 classifica a situação como uma forma de "desviar a atenção dos eleitores, na vã tentativa de semear o pânico entre a população, para provocar a sua ausência nas assembleias de voto, pela antevisão da vitória expressiva do MPLA".
"O MPLA assegura que nesta província, como nas outras do país, estão garantidas todas as condições de segurança, num momento em que se comprova a prontidão da Polícia Nacional, no asseguramento da tranquilidade pública e o amadurecimento da consciência pacífica dos angolanos, que sabem muito bem sobre o valor da paz, que muito custou a alcançar em Angola", lê-se no alerta.
Campanha eleitoral marcada por troca de acusações
A campanha eleitoral em Angola, que iniciou oficialmente no dia 23 de julho, tem sido marcada por diferentes acusações entre os partidos.
O candidato do MPLA à Presidência da República já havia acusado os seus opositores de recorrerem à falsidade para conquistar o voto dos eleitores. Recentemente, durante discurso no Dundo, na província da Lunda Norte, João Lourenço disse que a oposição só "aponta as falhas do Governo" e esquece-se de trabalhar.
Já a UNITA acusou militantes do MPLA na província do Bié de "atos de intolerância política". O líder do maior partido da oposição, Isaías Samakuva, afirmou durante o seu comício de abertura, em Luanda, que materiais da sua campanha estavam a ser destruídos naquela província.
Na última semana, a poucos dias das eleições gerais, o vice-presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, denunciou a agressão sofrida por membros do seu partido na província do Cuando-Cubando. Os supostos responsáveis pela violência seriam militantes do MPLA.
Fernandes também denunciou atos de intolerância política em Cabinda, no Uíge, no Cuanza Norte e em Luanda.
Eleições
Além do MPLA, CASA-CE e UNITA, também concorrem às eleições gerais de 23 agosto o Partido de Renovação Social (PRS), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a Aliança Patriótica Nacional (APN).
A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, algumas a serem instaladas em escolas e em tendas por todo o país, com o escrutínio centralizado nas capitais de província e em Luanda, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.