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Mpox: OMS dá luz verde a teste para diagnosticar a doença

Lusa
4 de outubro de 2024

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu luz verde ao primeiro diagnóstico 'in vitro' da mpox, que poderá ajudar a combater a atual epidemia da doença. Diagnóstico precoce "permite um tratamento e cuidados rápidos", diz.

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No hospital de Kavumu, na província do Kivu Sul, República Democrática do Congo, uma enfermeira recolhe uma amostra de um doente suspeito de ter contraído mpox
Em África, as capacidades de testagem são limitadas, lembra a OMSFoto: Arlette Bashizi/REUTERS

"O diagnóstico precoce da mpox permite um tratamento e cuidados rápidos, bem como o controlo do vírus", sublinha a OMS num comunicado divulgado hoje, embora a doença já tenha causado quase 900 mortes em África desde o início do ano.

O teste aprovado pela OMS - o Alinity mMPXV fabricado pelos laboratórios Abbott Molecular - é um teste PCR em tempo real que pode detetar o ADN do vírus, tanto do clado (variante) 1 como do clade 2, a partir de esfregaços de lesões cutâneas humana.

Ao detetar ADN em amostras de erupções pustulosas ou vesiculares, os laboratórios e os profissionais de saúde podem confirmar casos suspeitos de mpox de forma eficaz e eficiente.

"Este primeiro teste de diagnóstico mpox listado no procedimento de utilização de emergência representa um passo importante na expansão da disponibilidade de testes nos países afetados", disse Yukiko Nakatani, vice-diretora geral da OMS para o acesso a medicamentos e produtos de saúde.

Capacidades de testagem limitadas

"Melhorar o acesso a produtos médicos de qualidade está no centro dos nossos esforços para ajudar os países a conter a propagação do vírus e a proteger as suas populações, especialmente em regiões desfavorecidas", acrescentou.

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Ao incluí-lo na sua lista de utilização de emergência, a OMS permite que outras agências da ONU o distribuam e garante às autoridades de saúde dos países afetados a sua eficácia e, por conseguinte, ajuda a acelerar a sua disseminação.

"Em África, as capacidades de testagem são limitadas e persistem atrasos na confirmação de casos de mpox, contribuindo para a propagação contínua do vírus", explica a Organização Mundial de Saúde.

Em 2024, foram notificados mais de 30.000 casos suspeitos em África, sendo os números mais elevados naRepública Democrática do Congo (RDC), no Burundi e na Nigéria.

Na República Democrática do Congo, apenas 37% dos casos suspeitos foram testados este ano.

Emergência de saúde pública

Mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida entre seres humanos, causando febre, dores musculares e lesões cutâneas.

Em 13 de agosto, a União Africana (África CDC) declarou o mpox uma "emergência de saúde pública de segurança continental" e, um dia depois, a OMS declarou o estado de alerta sanitário internacional.

O alerta sanitário da OMS refere-se à rápida propagação e à elevada mortalidade em África da nova variante (clade 1b), cujo primeiro caso foi identificado fora do continente, na Suécia, numa pessoa que viajou para a região africana onde o vírus circula intensamente.

Esta variante é diferente da clade 2, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e levou à declaração de emergência sanitária internacional da OMS entre 2022 e 2023.

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