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Desporto

Mundial 2018 arranca entre tensões políticas

Mikhail Bushuev | tms
14 de junho de 2018

Começa esta quinta-feira (14.06) o campeonato do mundo de futebol, na Rússia. O evento tem lugar num contexto de tensões políticas entre o país anfitrião e potências ocidentais.

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Russland Fußball WM 2018 Nationalmannschaft Iran
Foto: picture-alliance/dpa/Sputnik/R. Sitdikov

Para amenizar o clima tenso, uma partida de futebol bastante incomum terá lugar esta sexta-feira em Moscovo: a equipa do Parlamento alemão contra os deputados o Parlamento russo.

Este é um pequeno gesto simbólico para "impedir o surgimento de qualquer hostilidade entre alemães e russos", disse o vice-presidente do Parlamento alemão, Thomas Oppermann, que reconhece a existência de "diferenças com a política de Vladimir Putin".

Mas, apesar desse clima de desconfiança entre Berlim e Moscovo, "a Rússia não é um inimigo" da Alemanha, diz Thomas Oppermann. E para Norbert Röttgen, presidente do comité de Relações Exteriores do Parlamento alemão, o Mundial da Rússia não deve ser usado para debater diferenças políticas. "Eu não usaria o Mundial como um político para manter conversas, o desporto não deveria fazer parte das sanções", sublinha.

FC Bundestag Berlin
FC Bundestag, a equipa de futebol do Parlamento alemãoFoto: DW/T.Sparrow

Ameaças de boicote

O Reino Unido, por sua vez, ameaçou boicotar o Mundial da Rússia. Londres continua a culpar Moscovo pelo assassinato do agente Sergei Skripal e sua filha Julia, que foram envenenados com um agente nervoso. Além disso, a Holanda e a Austrália acusam a Rússia de ser responsável pelo desastre do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido a 17 de julho de 2014.

Finalmente, a anexação da Crimeia pela Rússia e o apoio de Moscovo ao regime de Bashar al-Assad na Síria completam a longa lista de queixas entre o Ocidente e a Rússia.

Mundial 2018 arranca entre tensões políticas

Isso explica os diferentes apelos para boicotar o Mundial de 2018 na Rússia. Mas, para os futebolistas, não se pode confundir desporto com política e o Mundial pertence ao povo. É a opinião do ex-jogador da seleção alemã Arne Friedrich, que frisa: "Este não é o Mundial do Putin. Este é o nosso Mundial, pertence aos jogadores de futebol e às pessoas. O futebol deve unir homens e povos".

Entretanto, neste contexto, os políticos alemães e europeus preferem evitar os estádios russos. Mesmo a chanceler Angela Merkel, que gosta de ir ao estádio para apoiar a equipa alemã, não pretende desta vez viajar para a Rússia para acompanhar o Mundial.

Esta é a 21ª edição do campeonato Mundial de Futebol organizado pela FIFA. A Rússia, pela primeira vez, será anfitriã do evento. Entre as 32 seleções participantes está a atual campeã do mundo, a Alemanha, além do Brasil e Portugal, as únicas equipas lusófonas desta edição. África será representada por Marrocos, Nigéria, Egito, Tunísia e Senegal.

A partida de abertura do Mundial será entre a Rússia e a Arábia Saudita, que se enfrentam esta quinta-feira no estádio Luzhniki, em Moscovo. O Mundial da Rússia vai decorrer até ao dia 15 de julho.