Museveni recandidata-se após 33 anos no poder no Uganda
20 de fevereiro de 2019Numa resolução aprovada por unanimidade, o Movimento de Resistência Nacional (NRM, sigla em inglês) apelou a Museveni, no poder desde 1986, para que "continue a dirigir o partido e o Estado até 2021 e depois disso para eliminar os travões à transformação" deste país da África Ocidental.
A resolução foi adotada pelo Comité Executivo central do NRM no final de um retiro de cinco dias num hotel do Parque Nacional Murchison Falls, no nordeste do país, e presidido pelo próprio Museveni.
O anúncio do NRM vem na sequência de uma reforma constitucional controversa, acompanhada de manifestações da oposição e de cenas de violência no Parlamento, que, no final de 2017, acabou com o limite de 75 anos para se poder ser Presidente do país.
Em julho de 2018, o Tribunal Constitucional validou a alteração e a maioria dos observadores no Uganda espera que o Supremo Tribunal faça o mesmo.
Na cadeira do poder há 33 anos
Num país onde um em cada dois habitantes tem menos de 16 anos, Yoweri Museveni é o único Presidente que a maior parte da população ugandesa conhece.
A oposição acusa o chefe de Estado, um antigo guerrilheiro que tomou a liderança do país em 1986, tendo sido eleito democraticamente em 1996, de querer eternizar-se no poder.
A alteração constitucional aprovada por Museveni reintroduziu um limite de dois mandatos presidenciais, que tinha sido suprimido em 2005, mas a medida só entra em vigor após as próximas eleições, o que poderá permitir a Museveni apresentar-se a mais dois escrutínios - ou seja poderá ser presidente até 2031, quando tiver 87 anos e um total de 45 no poder.