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"Nada impede regresso de ex-PM Gomes Júnior à Guiné-Bissau”

Nélio dos Santos (Cidade da Praia)6 de março de 2015

O presidente do Parlamento guineense disse em Cabo Verde que "nada impede" o antigo primeiro-ministro Carlos Gomes, de regressar à Guiné-Bissau, garantindo que, se o fizer, terá a devida proteção.

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Cipriano CassamáFoto: Braima Darame

O presidente da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau encontrou-se, na Cidade da Praia, com o antigo Primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior.
Cipriano Cassamá defendeu o regresso a Bissau de todos os guineenses forçados ao exílio.

O encontro entre Cipriano Cassamá e Carlos Gomes Júnior aconteceu na quinta-feira (05.02), num dos hotéis da capital cabo-verdiana, longe dos olhares da imprensa.

Horas depois, confrontado pelos jornalistas, Cipriano Cassamá confirmou o encontro. “Tive sem dúvida, na qualidade de Presidente do Parlamento do meu país, um encontro com ele que continua a ser um grande dirigente da Guiné-Bissau. Tinha que o receber. Trocamos algumas informações”.

Carlos Gomes Júnior afastado do poder desde 2012

Carlos Gomes Júnior foi afastado do Governo na sequência do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, na noite da véspera da segunda volta das eleições presidenciais de então, a que se apresentava contra Kumba Ialá, o carismático líder do Partido da Renovação Social (PRS) e que foi chefe de Estado guineense entre 2000 e 2003, altura em que foi derrubado também através de uma sublevação militar.Com Carlos Gomes Júnior "caíram" também o presidente interino de então, Raimundo Pereira, e o na altura CEMGFA, Zamora Induta, com o primeiro a mudar-se para Lisboa e o segundo a ser detido e, posteriormente, libertado pelas autoridades da transição. Desde essa altura, Carlos Gomes Júnior tem residido entre Portugal e Cabo Verde.

Cipriano Cassamá defende o regresso a Bissau de todos os guineenses forçados ao exílio incluindo Carlos Gomes Júnior. “Não há nada que possa impedir o seu regresso. Qualquer guineense que sai tem o direito de regressar. No dia que pensar que está preparado para voltar ao seu país ele será recebido com toda a proteção necessária em função do seu desejo. Não há nada que possa impedir regressar ao seu país. A posição de todos os atuais dirigentes da República da Guiné-Bissau é a seguinte: Todo e qualquer guineense que neste momento se encontra fora do seu país e queira regressar tem esse direito”.

Parlamentos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau assinam "protocolo quadro"

Cipriano Cassamá assinou na quinta-feira (05.03), com o seu homólogo cabo-verdiano, Basílio Mosso Ramos, um “protocolo quadro” de cooperação parlamentar.

Basílio Mosso Ramos, Presidente da Assembleia Nacional cabo-verdiana sublinhou na ocasião que o “acordo visa dar o enquadramento institucional à nossa cooperação em diversas áreas. Nas áreas do próprio Parlamento, na formação de técnicos , legislativa e do funcionamento dos vários serviços que integram a câmara e troca de informações e de delegações”.Por seu lado, a Guiné-Bissau que está no processo de revisão constitucional também quer contar com o apoio de Cabo Verde, sublinhou Cipriano Cassamá. “Tive a oportunidade de discutir e propor ao meu colega de Cabo Verde a nível da Assembleia Nacional a possibilidade de ser enviado para a Guiné-Bissau um técnico constitucionalista para nos ajudar. Cabo Verde já tem uma larga experiencia nesse domínio e queremos aproveitar esta oportunidade”.

Cipriano Cassamá e comitiva que concluiram na quinta-feira o programa oficial da visita de quatro dias a Cabo Verde, iniciada segunda-feira, regressaram às primeiras hortas desta sexta-feira (06.03) a Bissau.

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Carlos Gomes Junior
Carlos Gomes JuniorFoto: DW