Nigéria investiga atentado contra ONU; seita Boko Haram entre suspeitos
29 de agosto de 2011O último balanço da ONU dá conta de 21 mortos e 76 feridos, dos quais 26 em tratamento intensivo. Dos mortos, nove eram funcionários da ONU e há muitos trabalhadores feridos da organização hospitalizados.
De lembrar que o ataque foi reivindicado no mesmo dia por um homem que dizia falar em nome do grupo radical islâmico Boko Haram, que quer impor um Estado islâmico no norte do país. Por causa disso a ONU enviou no sábado (27/8) a secretária-geral adjunta para avaliar o caso no terreno. Após a visita, Asha-Rose Migiro concordou com o presidente nigeriano Goodluck Jonathan: “Este ataque [à sede da ONU na capital nigeriana Abuja] foi contra as Nações Unidas sim, contra a paz global, como disse o presidente da Nigéria”, disse. “Mas é também um ataque contra a comunidade, porque não foram afectadas apenas as pessoas que aqui trabalham, mas também as que para cá vem tratar de vários assuntos”, afirmou.
Atentado leva a aumento da segurança em Abuja
Nesta segunda-feira (29/8), investigadores nigerianos, apoiados por agentes do FBI norte-americano, tentavam saber se a seita islâmica que reivindicou o atentado contra a sede da ONU em Abuja era efetivamente a responsável pelo ataque.
Na capital da Nigéria, o nível de segurança aumentou significativamente desde o atentado, principalmente em locais considerados sensíveis como os edifícios oficiais, as embaixadas e os grandes hotéis, de acordo com a polícia federal local.
Entretanto, a ONU acredita que o edifício da organização estava bem protegido. Porém, Asha-Rose Migiro garantiu que serão reforçadas as medidas de segurança: “Dada a natureza do ataque que aqui aconteceu não podemos continuar cá. Estive a ver os portões destruídos, é assombroso como isso aconteceu e nós estamos a abordar isso agora”, disse. Segundo Migiro, uma investigação está em curso. “Iremos ver o que temos de melhorar, mas pela forma como as coisas aconteceram estamos tranquilos de que o edifício estava protegido. Mas podemos fazer mais”, avaliou.
O chefe de segurança da ONU que acompanha a secretária-geral adjunta diz que os resultados preliminares da investigação e as informações que recebeu das autoridades nigerianas é de que aconteceu realmente um atentado a bomba. Com esta situação, Greg Starr vê prejuízos nos planos de trabalho da ONU, uma vez que será necessário desviar o dinheiro de ações de ajuda para o sector de segurança. “O problema essencial aqui é que precisamos de gastar mais dinheiro com a segurança, mas cada dólar que gastamos na segurança é um dólar que não gastamos na ajuda à assistência médica, desenvolvimento ou ajuda humanitária”, explicou.
Autora: Nádia Issufo
Edição: Renate Krieger (com agência Afp) / António Rocha