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Novo ataque contra capacetes azuis faz um morto no Mali

Lusa | AFP
7 de abril de 2018

Em dois dias, dois ataques contra militares das Nações Unidas no norte do Mali fizeram três mortos e uma dezena de feridos. O mais recente ataque aconteceu na sexta-feira (06.04) em Gao.

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Mali UN Mission MINUSMA
Foto: Getty Images/A. Kerner

Segundo um comunicado da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA, em inglês), pelas 19h00 de sexta-feira (mais uma hora em Lisboa), "dois homens armados não identificados abriram fogo sobre um veículo da MINUSMA na cidade de Gao".

Um 'capacete azul' que estava no interior da viatura sucumbiu aos ferimentos quando era transportado para o hospital, adianta o comunicado, citado pela agência de notícias France Presse.

No comunicado, o chefe da MINUSMA, Mahamat Saleh Annadif, expressou indignação por, mais uma vez, se atacarem soldados da paz, referindo o tiroteio de quinta-feira (05.04) em Aguelhok que tirou a vida a dois 'capacetes azuis' e feriu uma dezena de outros.

Mali UN Mission MINUSMA
Ao todo, já morreram 160 soldados da paz da MINUSMAFoto: Getty Images/AFP/S. Rieussec

102 mortos em ataques hostis

"Este último ataque eleva para 102 o número de 'capacetes azuis' que foram vítimas de ataques hostis desde o seu destacamento no Mali, em julho de 2013", adianta o comunicado.

Na quinta-feira, dois solados da paz da MINUSMA morreram e dez ficaram feridos num ataque contra um acampamento em Aguelhok, no nordeste de Mali. No mesmo dia, quatro homens atacaram uma esquadra policial na região de Mopti (centro), sem que tenham sido registados danos.

A MINUSMA está a reforçar o dispositivo de segurança no centro do país, juntamente com parceiros locais, regionais e internacionais.

Destacada desde julho de 2013, a MINUSMA, com cerca de 12.500 militares e polícias, é atualmente a missão de manutenção da paz das Nações Unidas com mais vítimas. Cerca de 160 'capacetes azuis' morreram no país, sendo 102 em atos hostis, constituindo mais de metade dos soldados das Nações Unidas mortos durante este período em todo o mundo.

O norte do Mali caiu em março-abril de 2012 nas mãos de grupos 'jihadistas' ligados à Al-Qaida. Esses grupos foram, em grande parte, expulsos por uma intervenção militar internacional lançada em janeiro de 2013 por iniciativa de França e que está ainda em curso.

Várias áreas do Mali continuam inseguras

Há zonas inteiras do país que continuam a escapar ao controlo das forças malianas e estrangeiras, regularmente alvo de ataques, apesar da assinatura, em maio-junho de 2015, de um acordo de paz destinado a isolar definitivamente os 'jihadistas', mas cuja aplicação acumula atrasos.

Desde 2015, estes ataques estenderam-se ao centro e ao sul do Mali e o fenómeno está a alastrar aos países vizinhos, em particular ao Burkina Faso e ao Níger.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou a 25 de abril de 2013 uma operação de manutenção de paz com um efetivo de 12.600 militares para assumir o controlo da missão da União Africana no Mali e autorizou os capacetes azuis a utilizar "todos os meios necessários” para levar a cabo as tarefas de estabilização relacionadas com a segurança e proteção dos civis, pessoal da ONU e artefactos culturais.

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