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Novo líder da CEDEAO rejeita mais golpes na África Ocidental

Lusa | DW (Deutsche Welle)
10 de julho de 2023

Bola Ahmed Tinubu, Presidente da Nigéria, acaba de assumir presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). "Não aceitaremos golpe após golpe novamente" na região, avisou em Bissau.

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Bola Ahmed Tinubu, Presidente da Nigéria, acaba de assumir presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)
Foto: Sunday Aghaeze/Nigeria State House via AP/picture alliance

"Devemos mantermo-nos firmes na democracia. Não há governação, liberdade e Estado de direito sem democracia. Não aceitaremos golpe após golpe novamente na África Ocidental", afirmou, este domingo (09.07), o chefe de Estado da Nigéria na cerimónia de encerramento da cimeira de chefes de Estado e de Governo da organização, na qual a Guiné-Bissau cessou a sua presidência.

Salientou que os líderes dos países representados na CEDEAO não equiparam as forças armadas para depois "violarem a liberdade do povo".

"Não demos recursos aos nossos soldados, não investimos neles, nas suas botas, na sua formação, para violarem a liberdade do povo. Virar as suas armas contra as autoridades civis é uma violação dos princípios pelos quais foram contratados, que é defender a soberania das suas nações", sublinhou.

O Burkina Faso, o Mali e a Guiné-Conacri foram suspensos pela CEDEAO após sucessivos golpes militares em 2020, 2021 e 2022. O retorno à ordem constitucional é teoricamente esperado em 2024 no Mali e no Burquina Faso e em 2025 na Guiné-Conacri.

Combate ao terrorismo

O chefe de Estado da Nigéria pediu igualmente ações concertadas e urgentes não só contra os golpes de Estado, mas também contra o terrorismo, que considerou ser uma ameaça à paz na sub-região.

18 meses de golpes e tentativas de golpe na África Ocidental

No âmbito do combate ao terrorismo, a CEDEAO desenvolveu um Plano de Ação Regional de Combate ao Terrorismo e criou uma força de alerta para esse fim.

"Vou garantir que harmonizamos imediatamente aqueles planos e mobilizamos recursos, bem como a vontade política para a concretização das iniciativas. Como os terroristas não respeitam fronteiras, devemos trabalhar coletivamente para ter uma medida eficaz de contraterrorismo regional", afirmou.

Prolongadas missões na Guiné-Bissau e Gâmbia

Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiram no domingo prolongar a presença das missões de estabilização na Guiné-Bissau e na Gâmbia.

"Em relação às operações de apoio à paz da CEDEAO na Guiné-Bissau e na Gâmbia, a autoridade tomou nota do seu importante papel nos dois países e tomou a decisão de estender o seu mandato", afirmou o presidente da Comissão da CEDEAO, o diplomata gambiano Omar Touray, no final da cimeira. Estender o mandato vai permitir que continuem a desempenhar um papel "em prol da paz e segurança", acrescentou.

Após o golpe de Estado de 2012 na Guiné-Bissau, a CEDEAO enviou para a Guiné-Bissau uma força de interposição para garantir a segurança das instituições de Estado e principais figuras políticas do país.  Após ter sido eleito Presidente da Guiné-Bissau, em 2020, o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, mandou retirar as forças.

A CEDEAO decidiu enviar novamente uma Missão de Estabilização e Segurança para a Guiné-Bissau após o ataque contra o Palácio do Governo, em Bissau, enquanto decorria um Conselho de Ministros com a presença de Umaro Sissoco Embaló, em fevereiro de 2022.

A missão começou a chegar ao país em maio do mesmo ano e viu agora o seu mandato ser prolongado por mais um ano. A missão militar da CEDEAO na Gâmbia está estacionada naquele país desde a crise política e 2016, quando o antigo chefe de Estado gambiano Yaya Jammeh se recusou a deixar o poder depois de ter sido derrotado nas presidenciais pelo atual Presidente, Adama Barrow.