Novo Representante Especial da ONU já está em Bissau
21 de agosto de 2014
Miguel Trovoada, de 77 anos de idade, chegou esta quinta-feira (21.08) a Bissau para assumir as funções de Representante Especial residente do Secretario Geral das Nações Unidas.
Empenhar-se no processo de estabilização do país é o primeiro grande objetivo traçado pelo antigo Presidente e primeiro ministro de São Tomé e Príncipe: "As minhas expetativas são de cumprir da forma mais eficaz e eficiente as funções que me são cometidas."
E Trovoada explica: "Ao aceitá-las fi-lo com uma grande determinação ao corresponder a um convite que envolve particularmente o apoio e a disponibilidade das autoridades locais, da organização que represento e da comunidade internacional que se encontra também aqui, concorrendo em sinergia para a realização dos desideratos do povo da Guiné-Bissau."
O são-tomense conta com dois adjuntos, o brasileiro Marco Carmignani que se encontra no país desde junho passado. Este recebeu Trovoada no aeroporto internacional Osvaldo Vieira.
A outra adjunta é a portuguesa Maria do Vale Ribeiro, que sucede o camaronês Gana Fofan na coordenação dos programas das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD.
Objetivos conhecidos
Empenhar-se na estabilização do país é o primeiro grande objetivo traçado pelo antigo Presidente e também ex-primeiro ministro de São Tomé e Príncipe , como disse aos jornalistas que o aguardavam no aeroporto da capital guineense :
"Primeiro porque virá em apoio e concurso a ação que a comunidade internacional, particularmente a ONU, vem defendendo para a estabilização e progresso da Guiné-Bissau."
Mas as afinidades também influenciaram na decisão: "E em segundo por se tratar de um país e um povo com o qual eu me sinto particularmente ligado por razões de amizade bastante anigas: Portanto, é sempre um prazer poder dar o meu contributo, espero que ele seja o mais frutífero possível."
Miguel Trovoada disse acreditar que a Guiné-Bissau iniciou um "período de estabilização das instituições após dois anos de um período de transição fatídico para o Estado guineense."
O ex-Presidente de São Tomé e Príncipe está otimista quanto ao futuro da Guiné-Bissau: "Tudo isso faz-nos antever um período de estabilização das instituições, da vida política e social para que as bases de um desenvolvimento económico e social possam ser bem assentes."
Colaboração de todos
Aos jornalistas Trovoada, disse notar um "desejo inquebrantável da comunidade internacional" de tudo fazer para "apoiar o povo da Guiné-Bissau" e referiu igualmente que os países de língua portuguesa têm um papel a desempenhar, bem como outras instituições envolvidas com a Guiné-Bissau.
E a postura da comunidade internacional em relação ao país é uma motivação para o novo homem da ONU na Guiné-Bissau: "Sobretudo constatei a vontade inquebrantável da comunidade internacional, a começar pela afirmação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para tudo fazer pelo povo da Guiné a fim de estabelecer as bases do seu desenvolvimento num clima de estabilidade e paz."
Das autoridades guineenses espera toda a colaboração e apoio "para que possamos levar a avante a tarefa que nos foi incumbida", destacou Miguel Trovoada.
Mas para ele os guineenses tem um contributo a dar: "Sei que a prioridade cabe à sociedade da Guiné-Bissau, ela é que deve determinar o que deve fazer e o tempo para a sua realização. Julgo que a comunidade internacional deve estar aqui para apoiar."
Miguel Trovoada que substitui o ex-Presidente de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz, José Ramos-Horta, que deixou o cargo no final de junho passado, sublinhou no termo do seu encontro com a imprensa em Bissau que seria muito bom se todos "pudessem encontrar uma plataforma de entendimento para estabelecer uma agenda única em prol do bem-estar do povo guineense".