Novos silos no Niassa podem ajudar a combater fome
9 de janeiro de 2015Até agora, os camponeses da província nortenha do Niassa eram forçados a vender os seus produtos a "preços de banana" para consumo interno e para o Malawi com receio de que eles se estragassem. Isso acontecia porque os camponeses não tinham, até aqui, como conservar os seus excedentes agrícolas durante muito tempo, enquanto noutras regiões moçambicanas, como a Gorongosa, há falta de comida.
Os novos silos no Niassa, para armazenamento de cereais, podem alterar substancialmente essa realidade. A partir de agora, os produtores têm a possibilidade de encaminhar os excedentes para os silos e comercializá-los a qualquer momento, a preços mais justos, incluindo para outros pontos de Moçambique. Os silos podem armazenar cinco mil toneladas de produtos alimentares e estão equipados com tecnologia de ponta.
"Tivemos grandes problemas de armazenamento. Mas agora é oportuno para nós termos silos como esses", diz Salimo Amimo, presidente da associação dos camponeses na cidade e distrito de Lichinga.
Como escoar os produtos?
O próximo passo será melhorar as ligações entre uma das província mais férteis de Moçambique e o resto do país. Um itinerário vital na província, a estrada entre Lichinga e Cuamba, está em estado crítico de transitabilidade.
O Governo moçambicano compromete-se a melhorar as vias de acesso para facilitar o escoamento dos produtos agrícolas, não só para os diversos pontos da província como também para o país em geral.
"Vamos ter várias ligações do Niassa para as outras partes de Moçambique para, a partir daí, podermos descongestionar os problemas associados à produção", afirma Armando Ironga, ministro da Indústria e Comércio.
Manuel Caisse, representante dos agentes económicos no Niassa, está convicto de que, para além da retenção da produção, a mercadoria será valorizada a todos os níveis. Salienta também que, com o projeto agrícola ProSavana, de que Niassa faz parte, os silos poderão reter a produção para o mercado nacional.
Para a presente campanha agrícola (2014 e 2015), a província do Niassa planificou uma produção global de 1 milhão e 333 mil toneladas de culturas alimentares.