Observadores avaliam eleições na RDC
3 de janeiro de 2019Na República Democrática do Congo (RDC) continua a contagem dos votos referentes às eleições de domingo (30.12), dia em que os congoleses foram chamados às urnas para escolher um novo presidente, representantes provinciais e do Parlamento. A Comissão Nacional Eleitoral continua otimista de que os primeiros resultados preliminares poderão ser divulgados no próximo domingo (06.01).
A União Africana (UA) vê com bons olhos o processo. Dioncounda Traore, ex-presidente do Mali e chefe da missão de observação da UA na RDC, considera que o povo congolês mostrou sobretudo "maturidade democrática", além de "paciência e determinação para finalmente sair da espiral de violência e assassinatos". Segundo Traore, "as eleições aconteceram num ambiente calmo e pacífico".
O governo congolês, que apoia a candidatura de Emmanuel Ramazani, o candidato preferido do Presidente cessante, Joseph Kabila, é da mesma opinião. "A escolha do povo será respeitada porque é o desejo de todos. Quando o Presidente Kabila disse que respeitaria a Constituição, ele disse que respeitaria a vontade do povo, ou seja, o que as pessoas querem, declarou Jean Pierre Kambila, vice-chefe de gabinete do Presidente.
Por sua vez, o Comité de Coordenação Secular (CLC), que mobilizou fiéis católicos para a realização de eleições, ficou do lado da oposição. "Irregularidades graves, maciças e visivelmente programadas mancharam estas eleições, as mais notórias foram a falta de exibição de listas eleitorais pontuais e a remoção no último minuto de certas seções eleitorais", diz Isidore Ndaywel, coordenador da CLC.
Igreja apresenta relatório preliminar
A Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco), que teve 40.000 observadores nas eleições de domingo (30.01), divulga hoje o relatório da monitorização preliminar cuja divulgação foi impedida na quarta-feira (02.01) pelo corte da Internet.
O adiamento não inviabilizou a divulgação, uma vez que o processo "leva mais tempo, porque todo o trabalho de recolha de elementos é feito por telefone", explicou Donatien Nshole, porta-voz da Cenco.
A Internet foi cortada pelas autoridades congolesas, com a justificação de que se pretendia evitar uma "revolta popular" no momento crucial de centralização dos resultados das eleições presidenciais, legislativas e provinciais. O corte motivou que vários países pedissem à RDC para desbloquear o acesso aos meios de comunicação social.