1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

OMS e UNICEF preocupadas com consumo de água imprópria em Moçambique

28 de junho de 2012

Nas zonas rurais de Moçambique, muitas famílias ainda recorrem a fontes de abastecimento de água impróprias como rios, poços, lagos e lagoas. A situação é mais crítica nas províncias centrais de Tete, Manica e Sofala.

https://p.dw.com/p/15NL3
On the road from Nampula to Pemba, you cross the Rio Mocuburi, Mozambique Mozambique
Symbolbild Wälder MosambikFoto: picture alliance/Lonely Planet Images

Segundo um inquérito, realizado em 2011, apenas 6,2% das famílias moçambicanas, que vivem nas zonas rurais, têm o hábito de tratar toda a água que consomem. Muitas não o fazem – seja por negligência ou falta de cloro.

O representante da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em Moçambique, Roberto DeBernadi, diz que “em algumas regiões do país, cerca de 20% das fontes de água não apresentam a qualidade desejada”. Por sua vez, o representante da OMS (Organização Mundial da Saúde) no país, Daniel Kertesz, revela que “a instituição está preocupada com o número de mortes por doenças causadas pelo consumo de água imprópria” e lembra que as doenças diarréicas constituem a “segunda causa de morte em crianças a nível mundial”.

Nos países em desenvolvimento, calcula-se que “o consumo de água não tratada pode causar a morte de 1.3 milhões de crianças por ano”, diz Kertesz.

Comunidades locais devem ser sensibilizadas

Ana Paula Cardoso, do Ministério da Saúde, frisa que o fornecimento de água potável é um desafio para o governo moçambicano, que “pressupõe um esforço profundo de todas as lideranças, sobretudo dos governos locais” na mobilização e sensibilização das comunidades locais para a importância do tratamento e armazenamento cuidado de água para o consumo humano.

Admelo Mabote, do Fundo de Investimento e Património de Água, FIPAG, conta que na província de Tete estão a ser construídas infra-estruturas de abastecimento de água potável e saneamento. Quanto aos esforcos do FIPAG, “temos estado a fazer esforços para tentar atingir o máximo possível da população de Tete”, afirma. Contudo, segundo Mabote, apesar de recentes investimentos, a procura de água própria para consumo tem vindo a aumentar na regiao, o que leva a que o FIPAG tenha “planeado abrir mais 15 furos e [esteja] a construir dois reservatórios”.

Os números acima apresentados demonstram claramente a necessidade de reforçar as acções de monitoria da qualidade de água e programas de promoção de tratamento deste precioso líquido ao nível das famílias.

Autor: Romeu da Silva (Maputo)
Edição: Marta Barroso/António Rocha

O consumo de água imprópria mata anualmente milhões de pessoas no mundo
O consumo de água imprópria mata anualmente milhões de pessoas no mundoFoto: dapd