ONG sensibiliza grupos étnicos do sul de Angola
3 de dezembro de 2016Segundo a coordenadora da organização 'Walale-po', Elisabeth Chaves, a campanha decorre na próxima sexta-feira, 9 de dezembro, nas províncias do Cuando Cubango, Huíla, Namibe e Cunene.
Elisabeth Chaves referiu que durante uma semana será feito o registo para a obtenção de Bilhetes de Identidade, já que nos trabalhos de campo realizados previamente foi constatado que havia potenciais eleitores que não tinham qualquer tipo de identificação.
"Estaremos no sul de Angola, no Cuando Cubango, com os Ambola, Chindongas e os Khoisans, na Huíla com os Nyaneka-humbe, Mucubais e Mumuílas, no Namibe com os Herero e no Cunene com os Kwanhamas e Kamussekeles", explicou a responsável.
Acrescentou que as crianças vão igualmente ser cadastradas, tendo em vista a sua escolarização, bem como a alfabetização dos adultos."Em relação ao registo eleitoral, será feito o trabalho de campo para sensibilizar, informar as vantagens que daí advêm, porque no processo de inclusão social de todos os povos, mais precisamente para garantir o exercício de cidadania, as minorias em muitos casos são marginalizadas", frisou. "É neste sentido que nós nos unimos aos esforços do executivo para melhor sensibilizar estes povos a aderirem ao registo eleitoral", asseverou.
Cinco milhões de angolanos registados
Em Angola, decorre atualmente o processo de registo eleitoral, no âmbito da preparação das eleições gerais de 2017, tendo até à presente data sido registados cinco milhões de cidadãos. Contudo, o Governo tem apelado à intensificação das campanhas de sensibilização para uma maior adesão ao processo.
O secretário de Estado para os Assuntos Institucionais do Ministério da Administração do Território, Adão de Almeida, disse recentemente à imprensa, no final de uma visita de constatação sobre o andamento do processo no município da Chibia, província da Huíla, que os resultados alcançados são animadores, mas será intensificada a campanha de mobilização sobre o registo eleitoral, para tornar o processo cada vez mais forte e inclusivo. "Quanto mais forte e mais inclusivo for o registo, mais forte será a nossa democracia e mais forte seremos como país", disse Adão de Almeida.
UNITA quer partidos a fazer registo de delegados eleitorais
A UNITA defende que sejam os partidos políticos a realizar o credenciamento dos delegados de lista nas eleições gerais de 2017 em Angola, para evitar atrasos como os verificados no anterior ato eleitoral.
A intenção foi manifestada pelo secretário da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para os Assuntos Políticos e Eleitorais, Vitorino Nhany, num encontro com o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto.
Irregularidades constatadas
Em declarações à imprensa no final da reunião, o diretor-geral do gabinete de Estudos, Pesquisas e Análises da UNITA, Álvaro Chikwamangua, referiu que a deslocação à CNE visou a apresentação de algumas irregularidades que têm sido verificadas no processo do registo eleitoral, que decorre em todo o país.
"A UNITA tem verificado no quadro do registo eleitoral algumas irregularidades, que têm sido participadas ao Ministério da Administração do Território, no entanto, achamos oportuno levar ao conhecimento da CNE aquilo que temos estado a constatar para com este órgão partilharmos as preocupações que temos estado a levantar", explicou.
Preocupações colocadas pela UNITA à CNE
As questões sobre uma suposta recolha de cartões de eleitores, por elementos ligados à administração pública, polícia, coordenadores de comités de ação do partido no poder, bem como a deslocação das brigadas sem informar aos partidos políticos são algumas das preocupações colocadas à apreciação da CNE.
"Também há casos que ocorreram em 2012, erros detetados em 2012, que temos estado a conversar com outros atores, particularmente a CNE, para que aquilo que aconteceu em 2012 não se repita em 2017", disse o dirigente da UNITA, sublinhando a abertura do presidente da CNE para as inquietações apresentadas. A porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, disse que as preocupações levadas até àquele órgão foram tranquilizadas, referindo que em 2012 algumas situações motivaram alguns atrasos.
Relativamente ao pedido de serem os próprios partidos políticos nas eleições de 2017 a fazerem o credenciamento dos delegados de lista, Júlia Ferreira a CNE entende que não deve ser uma questão colocada a si, naqueles termos."Porque não é a CNE que tem competência de alteração da lei, todos os atos que são desencadeados por este órgão fundam-se naquilo que está estabelecido na lei", disse.