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Direitos HumanosRepública Democrática do Congo

ONU alerta para risco de genocídio no nordeste da RDC

Lusa
24 de janeiro de 2023

As Nações Unidas alertaram esta segunda-feira para o risco da recente vaga de violência na província de Ituri, no nordeste do Congo, poder a um novo genocídio na região. "Há civis massacrados pela sua etnia", diz a ONU.

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Membros do grupo armado Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco)
Membros do grupo armado Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco)Foto: Alexis Huguet/AFP/Getty Images

"Há civis que estão a ser massacrados pela sua etnia, mais uma vez. As condições necessárias para serem cometidos crimes hediondos ainda estão presentes numa região onde já ocorreu o genocídio em 1994", sublinhou, Alice Wairimu Nderitu, conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio.

"Temos que fazer todos os possíveis para garantir que a história não se repete", insistiu Nderitu, em comunicado citado pela agência Efe.

Este alerta da ONU surge depois dos "capacetes azuis" da organização terem encontrado na semana passada 49 corpos de civis, incluindo doze mulheres e seis crianças, em valas comuns em duas cidades de Ituri, após ataques perpetrados pelo grupo armado Cooperativa para o Desenvolvimento do Congo (Codeco).

Conflitos entre comunidades

A conselheira especial lembrou que a violência naquela região é em parte resultado de lutas por recursos naturais, mas tem as suas raízes nas tensões entre as comunidades Lendu (agricultores) e Hema (pastores) que já causaram milhares de mortos entre 1999 e 2003.

Os ataques de grupos armados contra cidades da região regressaram em 2017 e nos últimos meses houve uma escalada significativa da violência, especialmente da Codeco, que representa a comunidade Lendu e foi formada como um grupo armado em 2018 para lutar contra os abusos do Exército congolês. 

"A situação em Ituri é extremamente volátil. Se não agirmos rapidamente, a região pode mergulhar em crimes atrozes, como aconteceu no passado", destacou Alice Wairimu Nderitu.

Desde 1998, o leste da RDC tem estado mergulhado num conflito alimentado pelas milícias rebeldes e pelo Exército, apesar da presença da missão das Nações Unidas na RDC (Monusco), com 16.000 militares uniformizados no terreno.

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