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ConflitosIsrael

ONU apresenta plano para pôr termo à "carnificina em Gaza"

DW (Deutsche Welle) | Lusa | EFE
15 de novembro de 2023

Chefe da missão humanitária da ONU apresenta plano para pôr fim ao "horror" em Gaza. Diretor da OMS considera "totalmente inaceitáveis" ataques ao hospital Al-Shifa onde segundo Israel se escondem militantes do Hamas.

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Exército israelita ordenou hoje a retirada de comunidades do sul de Gaza
Exército israelita ordenou hoje a retirada de comunidades do sul de GazaFoto: Leo Correa/AP/picture alliance

Martin Griffiths, chefe da missão humanitária das Nações Unidas, deu hoje a conhecer um plano de paz de dez pontos para pôr termo "à carnificina em Gaza, onde todos os dias se atingem novos níveis de horror".

O plano, que é dirigido a Israel, às autoridades de Gaza e "àqueles que têm influência sobre elas", inclui um novo apelo a um cessar-fogo para distribuir ajuda humanitária e facilitar a libertação de reféns.

O cessar-fogo permitiria também "tranquilizar os civis" numa altura em que "os hospitais estão a ser atacados", declarou Griffiths numa declaração em Genebra. O documento apela também à abertura de mais passagens para permitir a entrada de ajuda humanitária.

As Nações Unidas também pedem que as organizações humanitárias e as entidades públicas e privadas em Gaza tenham acesso a combustível em quantidades suficientes para poderem prestar serviços de ajuda básica. 

Israel tem impedido que se incluam combustíveis na ajuda que está a entrar a partir do posto de Rafah, na fronteira com o Egito.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 40.º dia, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais. 

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Ataques "totalmente inaceitáveis"

Os contínuos ataques ao hospital Al-Shifa, na capital de Gaza, onde segundo o Exército de Israel se refugiam tropas do Hamas, são "totalmente inaceitáveis", disse hoje o diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"Os hospitais não podem ser campos de batalha", afirmou numa conferência de imprensa, em Genebra, onde defendeu que os doentes e o pessoal devem ser protegidos, mesmo que os hospitais sejam utilizados para fins militares.

O especialista etíope revelou ainda que a OMS perdeu contacto com o pessoal do Al-Shifa, principal hospital de Gaza, onde as tropas israelitas entraram esta quarta-feira, no que dizem ser uma "operação seletiva contra o Hamas".

Tanto a ONU como a Cruz Vermelha manifestaram-se alarmadas com o ataque ao hospital, que está sem eletricidade, água potável e alimentos há vários dias e onde se abirgam cerca de 9.000 pessoas, incluindo deslocados, pacientes e pessoal médico.

"Está em curso um crime de guerra", declarou hoje o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, no Qatar, referindo-se ao recente ataque contra o hospital Al-Shifa. "Queremos que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue e que sejam tomadas medidas legais a nível global", afirmou Ramaphosa.

Hospital Al-Shifa, o principal centro médico da Faixa de Gaza
Hospital Al-Shifa, o principal centro médico da Faixa de GazaFoto: Maxar Technologies/Handout/REUTERS

Retirada de civis do sul de Gaza

Pela primeira vez desde o início do conflito, o Exército israelita ordenou hoje a retirada de comunidades do sul de Gaza, depois de ter forçado a deslocação de 1,1 milhões de pessoas do norte do enclave.  

As indicações surgiram em panfletos lançados pelo ar e dirigidos às comunidades situadas no leste do município de Khan Younis: Al Qarara, Khuzaa, Bani Suheila e Abasan, no sul da Faixa de Gaza.

Na mensagem, o Exército diz que "quem estiver perto de terroristas ou de instalações põe em perigo a sua vida" e que "vão ser atacados todos os locais utilizados por organizações terroristas".  

"Atuar de acordo com as instruções das Forças de Defesa de Israel (FDI) evita que os civis sofram danos", conclui o panfleto. 

No norte de Faixa de Gaza, 1,65 dos 2,4 milhões de habitantes do território já foram deslocados na sequência da ação militar de Israel, segundo dados do gabinete de coordenação dos assuntos humanitários da ONU.

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