ONU inicia retirada de refugiados da Líbia para o Níger
12 de novembro de 2017Na Líbia, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) realizou a evacuação de 25 refugiados de diferentes países africanos que estavam em situação de vulnerabilidade por causa da guerra e do tráfico humano. Eles foram encaminhados para o Níger, disse o ACNUR este domingo (12.11).
A Líbia tem recebido um grande número de migrantes que tentam chegar à Europa através do mar Mediterrâneo. Segundo o ACNUR, muitos destes refugiados são vítimas de traficantes de seres humanos.
"Estamos levando as pessoas de uma situação muito perigosa", disse o porta-voz do ACNUR, William Spindler, à agência AFP.
O grupo evacuado no sábado (11.11) foi composto por 15 mulheres, seis homens e quatro crianças de nacionalidades eritreia, etíope e sudanesa, disse o ACNUR.
"Todos eles serão hospedados em uma pousada em Niamey até que seus pedidos de reinstalação sejam processados", informou num comunicado o enviado especial da ACNUR para o Mediterrâneo Central, Vincent Cochetel.
A retirada dos refugiados da Líbia deve facilitar o planeamento dos países que pretendem oferecer abrigo a estas pessoas. Por exemplo, Paris anunciou em setembro que abriria centros no Níger e no Chade para ajudar a identificar as pessoas que poderiam receber o asilo em França.
É preciso mais vagas para abrigar os refugiados
A agência da ONU pediu que os países de todo o mundo intensificassem a ajuda e oferecessem abrigo aos refugiados encalhados em 15 países ao longo da rota de migração do Mediterrâneo.
Estima-se que sejam necessários 277 mil lugares para refugiados na Argélia, Burkina Faso, Camarões, Chade, Djibouti, Egito, Etiópia, Quénia, Líbia, Mali, Mauritânia, Marrocos, Níger, Sudão e Tunísia.
"Esperamos ser capazes de realizar mais evacuações em breve", disse Cochetel, ressaltando que tais evacuações "permanecerão em escala limitada, se os compromissos de abrigo permaneçam insuficientes".
Ele também reiterou o apelo do ACNUR para a criação de "formas mais regulares e seguras para os refugiados encontrarem segurança e proteção internacional", numa tentativa de impedi-los de embarcar em perigosas viagens pelo deserto do Saara e no mar Mediterrâneo.
Este ano, mais de 152 mil pessoas tentaram cruzar o Mediterrâneo em direção à Europa, e quase três mil morreram tentando, de acordo com novos números das Nações Unidas.