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ONU "motivada" com reunião entre Nyusi e Momade

Lusa | mc
17 de abril de 2020

Enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para Moçambique reitera disponibilidade da organização para ajudar Governo e RENAMO a definir os próximos passos de implementação do processo de paz.

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Foto: DW/A. Sebastião

O enviado pessoal do secretário-geral da ONU para Moçambique, Mirko Manzoni, elogiou o encontro de quinta-feira (16.04) entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Ossufo Momade.

"Sentimo-nos motivados pela reunião", afirmou.

Para Mirko Manzoni, que é também embaixador da Suíça em Maputo, o encontro é uma prova da importância que os dois dirigentes atribuem à comunicação e ao diálogo para a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional que assinaram a 6 de agosto de 2019.

O enviado pessoal do secretário-geral da ONU assinalou que a comunidade internacional é favorável à retomada do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos guerrilheiros da RENAMO, apesar de atualmente haver outra prioridade.

Abraço da paz em Maputo

"Embora sejamos favoráveis ao objetivo de retomar o DDR, compreendemos que, neste momento, as preocupações com a saúde pública devem vir em primeiro lugar", refere Manzoni numa nota de imprensa. Moçambique está em estado de emergência durante todo o mês de abril como medida de contenção do novo coronavírus. As autoridades de saúde revelaram esta sexta-feira (17.04) que já foram registados 34 casos positivos de Covid-19 no país.

Mirko Manzoni reitera que as Nações Unidas estão disponíveis para trabalhar com o Governo e com a RENAMO na definição dos próximos passos de implementação do processo de paz.

DDR "mais célere"

Uma nota de imprensa divulgada pela Presidência da República na quinta-feira (16.04) refere que, no encontro entre Filipe Nyusi e Ossufo Momade, houve um consenso sobre "a necessidade de tornar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração dos guerrilheiros da RENAMO mais célere".

Ataques em Moçambique: "O país está a parar"

O Acordo de Paz e Reconciliação Nacional é contestado por dissidentes da RENAMO, que têm sido acusados pelo Governo de protagonizar ataques armados na região centro de Moçambique, desde a assinatura do entendimento.

Estes ataques, que desde agosto já causaram a morte a cerca de 20 pessoas, também foram debatidos entre os dois líderes partidários na reunião de quinta-feira (16.04). Porém, não há detalhes sobre o estado do processo negocial.

Desde que foi assinado o acordo de paz que nenhum guerrilheiro entregou as armas, excetuando 10 oficiais da RENAMO indicados para integrar o Comando-Geral da Polícia moçambicana e que concluíram instrução em novembro.

Numa entrevista recente à agência Lusa, Ossufo Momade disse que o DDR vai abranger 5.000 guerrilheiros da RENAMO, avançando que o processo iria arrancar em breve.