ONU pede 282 milhões de dólares para ajudar Moçambique
26 de março de 2019Segundo Mark Lowcock, subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, o financiamento será usado em água potável, saneamento, educação e na reabilitação dos meios de subsistência das milhares de pessoas deslocadas na sequência do ciclone Idai.
Vários governos já estão a responder com dinheiro, mas, por enquanto, os fundos necessários são muitos maiores que os obtidos, disse Lowcock. O ciclone deixou em Moçambique pelo menos 447 mortos, aos quais se somam cerca de mais 300 vítimas mortais entre o Zimbabué e o Malawi.
O representante das Nações Unidas esclareceu ainda que serão lançados pedidos de ajuda internacional separados para o Zimbabué e Malawi, países que também foram fortemente afetados pelo ciclone.
Nos três países, as fortes chuvas causaram graves inundações, deixando áreas totalmente isoladas durante dias e provocando uma grande destruição de infraestruturas básicas. Segundo as organizações humanitárias, as condições disparam o risco de surtos de doenças como a cólera.
Os cálculos indicam que o ciclone afetou de forma direta quase 770.000 pessoas, muitas das quais esperam alimentos, remédios, água potável, sistemas de saneamento e materiais para poder construir refúgios.
Responsável do PAM em Moçambique
O diretor-executivo do Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, David Beasley, estará a partir de terça-feira (26.03), em Moçambique para contactos e para testemunhar no terreno a devastação provocada pelo ciclone Idai. A visita surge depois de o PAM ter declarado que a situação no país é "uma emergência de mais alto nível".
Na cidade portuária da Beira, onde os efeitos do ciclone assumiram proporções devastadoras, David Beasley irá encontrar-se com vítimas, funcionários governamentais locais e trabalhadores humanitários, divulgou o serviço noticioso ONU News.
Na quarta-feira (27.03), o diretor executivo do PAM tem uma reunião prevista com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, bem como contactos com membros do Governo moçambicano e da equipa das Nações Unidas destacada no terreno.
Helicópteros estão a lançar biscoitos energéticos e outros alimentos para prevenir e tratar casos de subnutrição em comunidades isoladas pela água, relatou a organização, acrescentando também que alimentos fortificados, de fácil preparação, estão a ser distribuídos a pessoas abrigadas em escolas e em outros edifícios públicos na cidade da Beira e nos arredores.