ONU regista expansão de atividade terrorista para Tanzânia
4 de agosto de 2021O secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirma que a ameaça à paz e segurança internacionais por parte do grupo extremista "Estado islâmico" (EI) está a aumentar. Guterres apontou uma expansão "alarmante" dos afiliados do grupo em África e do seu foco na consolidação do "califado" na Síria e no Iraque.
O dirigente das Nações Unidas comentou o relatório comité antiterrorismo do Conselho de Segurança que foi divulgado esta terça-feira (03.08),
António Guterres disse que o desenvolvimento mais marcante na primeira metade de 2021 foi a expansão do grupo terrorista em África, onde grupos armados causaram o maior número de mortes.
O secretário-geral destacou que alguns dos afiliados mais eficazes do "Estado islâmico" estão a espalhar a sua influência e atividades do Mali para o Burkina Faso e o Níger e da Nigéria para o Níger, o Chade e o Camarões. O dirigente identifica que o mesmo fenómeno acontece de Moçambique para a Tanzânia.
"Destaca-se que a interação entre terrorismo, fragilidade e conflito se tornou mais forte, e destaca-se a necessidade de uma resposta urgente e global para apoiar os países africanos e as organizações regionais", disse Guterres.
Terrorismo e Covid-19
O relatório demonstra que o EI e outros grupos terroristas tiraram proveito "das perturbações, queixas e contratempos ao desenvolvimento" causados pela pandemia de Covid -19.
Enquanto as restrições em áreas não conflituosas suprimiram a atividade terrorista, em áreas de conflito - onde as restrições pandémicas têm menos impacto - a ameaça do EI "aumentou", disse Guterres.
"Uma vez que as restrições relacionadas com a pandemia diminuem gradualmente, existe uma elevada ameaça a curto prazo de ataques fora das zonas de conflito por atores solitários ou pequenos grupos que foram radicalizados", disse.
Autonomia reforçada
O chefe da ONU disse que isto indica um risco mais amplo e evolutivo da utilização de tecnologias digitais durante a pandemia, e o potencial para "tecnologias novas e emergentes serem utilizadas para fins terroristas".
Guterres salientou que a autonomia dos afiliados regionais "Estado Islâmico" se reforçou especialmente na África Ocidental e no Sahel, África Oriental e Central, Afeganistão e Ásia do Sul. Esta evolução será um fator importante para o futuro impacto global do EI, citou
O relatório de 16 páginas foi preparado por peritos que monitorizam as sanções ao "Estado Islâmico". O texto revela que o grupo continua ativo em vastas áreas da Síria, onde procura reconstruir as suas capacidades de combate e expandir a sua insurreição.
Quanto às finanças do grupo extremista, o chefe da ONU disse que as estimativas das reservas financeiras disponíveis para o EI no Iraque e na Síria variam entre 25 milhões e 50 milhões de dólares, com um Estado membro não identificado da ONU a dizer que a maioria dos fundos se encontra no Iraque.