Papa Francisco: "A paz é um dever"
17 de abril de 2022Em sua tradicional mensagem de Páscoa, o Papa Francisco pediu neste domingo (17.04) que a paz chegue à Ucrânia, um país agora arrastado "por uma guerra cruel e sem sentido", disse. A mensagem foi lida da varanda da galeria central da fachada da Basílica de São Pedro, antes da bênção "Urbi et Orbi".
A expressão "Urbi et Orbi", que significa "à cidade [de Roma] e ao mundo, a todo o universo", é a benção de Páscoa e Natal, com a qual o Papa se dirige ao público.
Depois de celebrar a Missa no Domingo de Páscoa na Praça de São Pedro diante de 50 mil pessoas, o Papa referiu-se à "incredulidade" que estamos experimentando com esta "Páscoa de guerra".
"Rezamos por ti"
Francisco também desejou coragem aos ucranianos e, dirigindo-se diretamente à delegação ucraniana presente no local, falou ao líder da cidade de Melitopol, no sul da Ucrânia, Ivan Fedorov, que esteve sentado na fila da frente.
"Todos rezamos contigo e por ti", disse Francisco, "nesta escuridão em que vives, a escuridão da guerra, da crueldade".
Fedorov fora raptado pelos russos durante a guerra e libertado no decurso de uma troca de prisioneiros. Juntamente com outros parlamentares da Ucrânia, foi um convidado do Vaticano.
Em sua mensagem, o Papa também pediu "acesso livre" aos lugares sagrados de Jerusalém, onde confrontos nos últimos dias entre a polícia israelita e palestinianos fizeram mais de 150 feridos.
Confrontos
Neste domingo, confrontos entre a polícia israelita e manifestantes palestinianos voltaram a ser registados na Esplanada das Mesquitas, onde se encontra a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Ocidental, o terceiro local mais sagrado do Islão, feriram 17 palestinianos, segundo médicos da Palestina.
Fontes policiais e organizações humanitárias já tinham indicado que os confrontos fizeram com que cerca de uma dezena de pessoas ficassem feridas. Estes incidentes aconteceram dois dias após confrontos com palestinianos no mesmo local, que provocaram mais de uma centena de feridos.
Este ano, o mês sagrado muçulmano do Ramadão, a Semana Santa cristã (que culmina com o Domingo de Páscoa, assinalado hoje) e a Páscoa judaica (de uma semana) estão a ocorrer ao mesmo tempo, com dezenas de milhares de visitantes na cidade de Jerusalém, depois de suspensas as restrições devido à pandemia de Covid-19.