Parque Nacional de Virunga ainda ameaçado
O Parque de Virunga no Congo é uma das reservas naturais mais lindas do mundo. Por enquanto, os planos para perfurações de petróleo na reserva foram canceladas, mas mesmo assim o futuro do parque continua inseguro.
Sem poços de petróleo
A reserva ecológica mais antiga de África pode respirar de alívio. Em junho deste ano, a empresa britânica Soco anunciou que não vai perfurar poços de petróleo no Parque Nacional de Virunga no leste da República Democrática do Congo. Uma vitória para a organização ambiental WWF. Ela tinha apresentado uma queixa à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
Proteção do meio ambiente com história
As perfurações da exploração petrolífera estavam projetadas para este lago. O Lago Eduardo fica no Parque Nacional de Virunga na fronteira com o Uganda. Já em 1925, os colonos belgas declararam o território como reserva ecológica. O espaço é único: vulcões ativos, florestas tropicais, savanas e montanhas cobertas de neve. Em 1979, a UNESCO nomeou o parque Património da Humanidade.
Medo de marés negras
Aproximadamente 50.000 famílias dependem do Largo Eduardo na aldeia Kavanyongi: o lago fornece água para beber e para cozinhar. Os peixes são a fonte mais importante de alimentação. Muitos dos habitantes da aldeia estavam preocupados que o seu lago seria poluído pelas perfurações de petróleo da empresa Soco.
Uma vida nova
No mercado semanal de Vitshumbi na margem sul do Lago Eduardo, as mulheres das comunidades locais vendem peixe seco. Muitas mulheres são refugiadas de outras regiões do leste da República Democrática do Congo, onde reina uma guerra entre milícias e o exército do país. O parque também foi palco de conflitos sangrentos. Entretanto, os refugiados acabaram de construir uma nova vida.
As montanhas dos gorilas
Nas montanhas vulcânicas do Parque Nacional de Virunga vivem aproximadamente 200 gorilas das montanhas. Os animais estão ameaçados de extinção e foram uma das rações para a declaração da região como Património Natural da Humanidade. A caça furtiva ameaça os animais. A carne deles é um petisco cobiçado.
Florestas vulneráveis
O Parque Nacional de Virunga é o habitat de mais de 700 espécies de aves e de 2.000 espécies de plantas. A biodiversidade está ameaçada: anualmente os habitantes abatem uma vasta área da floresta nativa para fornecer Goma, a capital da província de Kivu Norte, com lenha. As milícias também destroem as florestas para financiar as suas armas e munições com a venda de carvão vegetal.
Inclusão da população local
"Temos que mostrar às pessoas que a preservação da natureza pode ser útil, se não Virunga não pode sobreviver", diz Emmanuel de Mérode, o diretor do parque. Por isso, o belga promove a produção local de combustíveis orgânicos para substituir o carvão vegetal. Em abril, Mérode, que se opôs à exploração de petróleo, sobreviveu uma tentativa de atentado.
Exploração sustentável
O Parque Nacional de Virunga tem um potencial enorme: de acordo com um estudo dos ambientalistas do WWF, até 45.000 empregos poderiam ser criados nas áreas de energia hídrica, pescas, turismo ecológico, medicina, pesquisa científica e educação. Segundo o estudo, proteção ambiental e negócios não se excluem. O uso sustentável do Parque Nacional de Virunga poderia render um milhão de euros por ano.
Suspensão da exploração petrolífera até...
A RDC é um dos países mais pobres de África. A tentação das petrolíferas é grande. Depois da descoberta de petróleo em 2010, o Governo vendeu uma concessão para a Soco. A empresa combinou com o WWF suspender as perfurações, exceto se o "Governo e a UNESCO estão de acordo que esse tipo de atividades não viola o status de Património Natural da Humanidade". O parque continua na mira da petrolífera.