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"Paz em Moçambique depende do Governo e da RENAMO"

Romeu da Silva (Maputo)11 de junho de 2014

Moçambicanos têm maturidade suficiente para resolver a atual tensão político-militar no país, defendeu Douglas Griffths, embaixador dos EUA em Moçambique. A melhor forma de se resolver o problema é o diálogo, realçou.

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Foto: Getty Images/Afp/Ferhat Momade

O embaixador Douglas Griffths negou que a comunidade internacional esteja à margem da situação político-militar em Moçambique. Com o pronunciamento durante a esteira das jornadas diplomáticas promovidas pelo Parlamento Juvenil, no país, ele rejeitou os recentes ataques feitos pela RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique.

Griffths esclareceu que não há qualquer silêncio e que os EUA estão sempre a disposição quando for preciso. “Comunicaram-nos a preocupação com a situação e estamos aqui para ajudar, se for necessário. Mas como disse, há uma maturidade política em Moçambique. Os moçambicanos podem resolver esse tipo de problema.”

Entenda o caso

António Muchanga
António MuchangaFoto: DW/Romeu da Silva

A RENAMO afirmou inicialmente que estranhava o silêncio da comunidade internacional face à tensão político-militar no país.

António Muchanga, quadro sénior da RENAMO, disse agora que a Comunidade Internacional, particularmente os Estados Unidos, são bem vindos para mediar o conflito em Moçambique mas que “precisamos também que o grupo que está a negociar acelere o encerramento da questão dos assuntos militares para serem convidados à mediação e observação internacional para que haja um cessar-fogo definitivo.”

Em entrevista à DW África, Muchanga falou que existe a circulação de mensagens de alguns governantes para desacreditar a comunidade internacional, particularmente os EUA.

“Somos deputados da RENAMO na Assembleia da República comprometidos com a paz. Queremos informar que depois da teleconferência dada pelo nosso presidente Afonso Dhlakama na manhã do dia 23 de maio, Saimone Macuiane disse que Dhlakama estaria interessado em abandonar as matas de Gorongosa. Mas o trio americano formado pelo respectivo embaixador Douglas Griffths e seu vice Mark Cassayre e um conselheiro político não querem que isso aconteça. Eles querem que haja guerra em Moçambique para poderem pilhar as nossas riquezas.”

Riqueza ao alcance de todos?

Mosambik Afonso Dhlakama Führer der Oppositionspartei RENAMO 2012
Afonso DhlakamaFoto: Getty Images/AFP

O embaixador dos Estados Unidos disse que nos últimos 20 anos o seu país investiu quatro mil milhões de dólares para o desenvolvimento de Moçambique e que com a descoberta dos recursos naturais, a preocupação dos americanos, agora, é mudar a forma de financiamento.

“Estamos a modificar um pouco para ajudar a fortalecer as jurisdições para que todos os moçambicanos possam aproveitar da riqueza natural de Moçambique”, esclareceu Griffths.

Respondendo à insistente pergunta sobre o cenário de guerra no país africano, o embaixador esclareceu que tem estado em contato com políticos e sociedade civil moçambiana. “Temos visto um progresso enorme em Moçambique e queremos que isso continue. E isso só pode acontecer com a paz”, defendeu ele.

Recorde-se que vários apelos tem sido lançados por diversos círculos sociais para acabar com a guerra em Moçambique, mas o cenário tende a agravar-se cada dia que passa.

Paz em Moçambique depende do Governo e da RENAMO, defendem os EUA

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