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Perspetivas sombrias para os moçambicanos na quadra festiva

28 de outubro de 2016

Na província de Inhambane, sul de Moçambique, aumenta o número de desempregados. E os preços sobem. Os habitantes temem enfrentar ainda mais dificuldades com o aproximar da quadra festiva. Eles pedem ajuda ao Governo.

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Markt in Maxixe - Inhambane  Mosambik
Mercado em MaxixeFoto: DW/L. da Conceição

Há seis meses, Samuel Marcos foi despedido de uma empresa onde trabalhou durante vários anos. Agora, vende alimentos num mercado de Maxixe, na província de Inhambane. Mas o negócio também não vai bem devido à subida dos preços.

"Ultimamente em comparação com outros tempos houve uma alteração muito grande e não há negócio. A pessoa sai de casa com tendência de vir comprar por exemplo açúcar a 35 meticais e ter de pagar 65 ou 60 (abaixo de 0.5 euro). Acredito que as coisas estão sendo muito pesada”.

Não foi só o açúcar que aumentou. O frango está a ser vendido a 250 meticais, quase três euros. Há uns meses estava a cerca de um euro e meio. Um saco de arroz custa hoje em dia cerca de 2200 meticais (cerca de 26 euros), mais do dobro do que há uns meses atrás.

Mosambik Inhambane Boote
Foto ilustrativa: barco no porto de Inhambane Foto: DW/J. Beck

Mais dificuldades na quadra natalícia 

Com o aproximar da quadra festiva, os residentes receiam ter ainda mais dificuldades.

Segundo o Governo, só este ano mais de duas mil pessoas perderam o emprego na província, por causa da crise económica e da incerteza provocada pela tensão político-militar em Moçambique. E a inflação não ajuda, conta Amélia Josefa, uma vendedora no mercado central em Maxixe.

"Principalmente vou falar de mim e acho que não vamos passar bem (as festas); ainda há índice de subida de preços que talvez até la certos produtos não será do meu nível para comprar. Só podemos aguentar com isso”.

Apelos para o Governo ajudar

Arlindo João, outro comerciante, pede ajuda ao Governo

"Não conseguimos comprar as coisas por nas bancas, temos bancas grandes, mas não conseguimos pagar a mercadoria para as pessoas mais tarde comprarem; não vão passar bem as festas porque os preços estão muito elevados. Eu acho que o Governo deve ver o que pode fazer pelo estes preços."

28.10.2016 Perspetivas sombrias para população de Inhambane - MP3-Mono

Ernesto Tafula, delegado provincial da Inspecção Nacional das Atividades Económicas em Inhambane, pede aos comerciantes para praticarem preços justos. As autoridades locais não conseguem lutar sozinhas contra a crise económica que afeta o país, mas tentam, pelo menos, combater a especulação nas lojas e mercados.

"Estamos dentro das lojas, dos mercados e vamos exigindo faturas e recibos para podermos verificar se não estão fazendo preços especulativo e aquele que não tiver documentos comprovativos nós obrigamos-lhe a aplicar preços justos”.