Sissoco compara boicote na saúde a "ato do terrorismo"
25 de setembro de 2021Em declarações aos jornalistas, à chegada ao aeroporto de Bissau, vindo dos Estados Unidos da América, onde representou o país na Assembleia-Geral das Nações Unidas, Sissoco Embaló afirmou esta sexta-feira (24.09) que o pessoal da saúde jurou defender a vida e não pode agora boicotar serviços.
"Os médicos juram salvar vidas, agora não se pode levantar e dizer que há um boicote, isso não pode acontecer. Toda a gente tem o direito à vida. Haverá consequências e os responsáveis têm que ser responsabilizados", disse o presidente guineense.
Para reclamar o pagamento de salários e subsídios em atraso, o seu enquadramento no chamado Estatuto da Carreira Médica e ainda a melhoria de condições laborais nos centros de atendimento de doentes com a Covid-19, os técnicos da saúde pública guineense deixaram de comparecer nos serviços desde segunda-feira (20.09).
Boicote "por tempo indeterminado"
A partir de quarta-feira retomaram os serviços mínimos nos hospitais e centros de saúde após uma intervenção da central sindical (UNTG, União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau), mas, de modo geral, mantiveram o boicote "por tempo indeterminado".
Umaro Sissoco Embaló instou o Governo e a Procuradoria-Geral da República a assumirem as suas responsabilidades perante o que considerou ser "terrorismo por parte de pessoas falhadas".
"Matar pessoas é um ato de terrorismo", declarou Embaló, criticando o comportamento dos médicos que aderiram ao movimento de protesto laboral e frisou que primeiro tinha que haver negociações com o Governo só em último caso poderia haver uma greve, mas previamente comunicada, disse.
Ainda hoje, o Procurador-Geral da República, Fernando Gomes, ordenou que sejam abertas averiguações para se apurar eventuais responsabilidades criminais dos responsáveis das organizações representativas do pessoal da saúde e o Governo considerou a iniciativa como tendo motivações políticas.