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Presidenciais da Guiné-Bissau terão segunda volta idêntica à de 2009

21 de março de 2012

Nenhum dos candidatos obteve a maioria absoluta necessária para vencer as eleições presidenciais antecipadas na Guiné-Bissau. Em abril, realizar-se-á uma segunda volta entre Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá.

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Election workers count ballots after the close of polls, at an outdoor polling station in Bissau, Guinea-Bissau, Sunday, March 18, 2012. Voters in Guinea-Bissau on Sunday chose between nine presidential candidates in the small, coup-prone nation, and citizens said they hoped the winner would finally bring stability and much-needed development after years of turmoil. (Foto:Gabriela Barnuevo/AP/dapd)
Wahlen Guinea Bissau 2012Foto: AP

O líder do PAIGC (no poder) e ex-primeiro ministro, Carlos Gomes Júnior, falhou por uma margem estreita a maioria absoluta que lhe daria uma vitória à primeira volta. Ele ficou com 49% dos votos.

A contagem dos votos que se concluiu na manhã desta quarta-feira (21.03) ditou que "Cadogo", como é conhecido na Guiné-Bissau, enfrente o ex-presidente Kumba Ialá numa segunda volta das eleições presidenciais antecipadas. Kumba recebeu 23% dos votos.

Repete-se a assim o cenário de 2009, com o candidato do PAIGC a disputar a corrida eleitoral contra o "homem do barrete vermelho", como é conhecido Kumba Ialá.

Os resultados provisórios foram divulgados nesta quarta-feira pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Desejado Lima da Costa, numa conferência de imprensa sem direito a perguntas pela parte dos jornalistas e rodeada de um aparato de segurança pouco usual na Guiné-Bissau.

"Não há, à primeira volta, candidato que tenha arrecadado 50% +1. Os dois mais votados, Carlos Gomes Júnior e doutor Kumba Ialá são os dois candidatos concorrentes para a segunda volta das eleições presidenciais 2012", declarou Lima da Costa.

Segunda volta entre Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá repete cenário de 2009
Segunda volta entre Carlos Gomes Júnior e Kumba Ialá repete cenário de 2009Foto: picture-alliance/dpa

Resultados completos

Ainda segundo o presidente da Comissão Nacional de Eleições, em terceiro lugar ficou o candidato independente Serifo Nhamadjo, com 15,7% dos votos, e em quarto lugar ficou o ex-presidente interino Henrique Rosa, com 5,4% dos votos.

A abstenção foi superior à verificada em 2009, situando-se nos 45%.

Suspeita de fraude

Embora todas as missões de observação eleitoral internacionais presentes na Guiné-Bissau tenham avaliando as eleições presidenciais como “justas, livres e democráticas”, na véspera do anúncio dos resultados cinco candidatos - Kumba Ialá, Henrique Rosa, Serifo Nhamadjo, Serifo Baldé e Afonso Té - exigiram o anulamento das eleições.

Ex-presidente Kumba Ialá afirma rejeitar os resultados que o levam à segunda volta das presidenciais
Ex-presidente Kumba Ialá afirmou antes da divulgação que iria rejeitar os resultadosFoto: Reuters

A declaração conjunta foi lida por Kumba Ialá e continha o seguinte texto: "Denunciar perante a Comissão Nacional de Eleições e as comunidades nacional e internacional a organização fraudulenta destas eleições e a sua total falta de credibilidade. Ponto dois: exigir a declaração de nulidade do ato eleitoral de 18 de março de 2012. Ponto três: responsabilisar a CNE pelas consequências da divulgação de resultados eleitorais fraudulentos. Ponto quatro: exigir que se faça tão cedo quanto possível um recenseamento eleitoral credível."

Quando questionado pelos jornalistas, na ocasião, se os candidatos aceitariam os resultados Kumba Ialá respondeu: "Naturalmente, perante as denúncias que nós fizemos, declaramos que rejeitamos os resultados."

Florentino Pereira, mandatário de Kumba Ialá junto da CNE, disse à agência noticiosa Lusa na noite desta quarta-feira (21.03) que desconhece se Ialá irá aceitar os resultados divulgados. Já Doménico Sanca, mandatário de Carlos Gomes Júnior, afirmou que a candidatura do ex-primeiro ministro "esperava um resultado um pouco mais alto" e pediu mais participação dos eleitores na segunda volta.

A data provável para a realização de uma segunda-volta, pelo menos a acreditar no cronograma distribuído aos jornalistas pela Comissão Nacional de Eleições, será 22.04.

Eleitores: será preciso voltar às urnas
Eleitores: será preciso voltar às urnasFoto: AP

Autora: Helena Ferro de Gouveia (Bissau) / Lusa
Edição: Cris Vieira / Renate Krieger

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