Presidente de Angola promete empenhar-se para o bem estar da SADC
17 de agosto de 2011Como não acontece varias vezes com José Eduardo dos Santos, o presidente angolano foi “obrigado” a ter dois discursos com cerca de uma hora de diferença. Antes como anfitrião da cimeira da SADC, a Comunidade de Desenvolvimneto da África Austral, e depois de ter recebido a insígnia que simboliza estar à frente por um ano desta Comunidade.
Na primeira intervenção, perante cerca de duas mil pessoas entre convidados e delegados, José Eduardo dos Santos falou dos ganhos económicos dos últimos anos em Angola.
Para o presidente angolano a escolha deste tema representa um reconhecimento do desenvolvimento das infraestruturas como sendo o garante da circulação de pessoas e bens e o progresso económico e social do país.
O estadista angolano apresentou ainda à título ilustrativo dados sobre o desenvolvimento das infraestruturas de Angola. Segundo José Eduardo dos Santos três mil, novecentos e oitenta e dois quilómetros de rede básica de estradas foram recuperadas.
Bons resultados económicos na SADC apesar da crise
Na segunda intervenção, o agora presidente em exercício da SADC apostou no contexto de que Angola chegue a presidência. Um clima de recessão económica, mas também alguns sobressaltos políticos na região. José Eduardo dos Santos fez promessas à SADC: "Da minha parte tudo farei em prol da paz, da segurança, da democracia e desenvolvimento da nossa região e do fortalecimento da SADC".
Por seu turno, o Secretário Executivo da Comunidade de desenvolvimento da Africa Austral, Tomás Salomão, destacou na sua intervenção sobre a situação económica da região, que no seu entender teve um desempenho positivo, apesar da crise económica e financeira internacional.
Tomás Salomão apresentou dados comparativos: "A situação económica da nossa região apresenta uma viragem positiva após o abrandamento provocado pela crise económica e financeira global. Em 2010 a região registou um crescimento do Poduto interno Bruto na ordem dos 5% em comparação com os 2,4% registados em 2009 " sublinhou.
A problemática da integração regional, a criação da zona de comércio livre e a união aduaneira e de infraestruturas constam do programa desta 31a. cimeira dos países da região austral de África.
Punição ao membro "mal-comportado"
Em Luanda estão todos os chefes de Estado ou seus representantes, com excepção de Andry Rajoelina, do Madagáscar que viu grande parte dos delegados do seu país a regressarem à casa.
Outros estiveram na condição de observadores, sem direito à palavra devido ao não pagamento das quotas da organização nos últimos anos e devido à indefinição politico - militar provocada pelo golpe de estado de 2009.
No entanto, um protocolo sobre Normas de Organização e Funcionamento da Cooperação de Defesa pelos ministros da Defesa de Angola e da África do Sul foi assinado. A ideia central é trocar serviços de inteligências nos domínios militar e de defesa.
A cerimónia de abertura da cimeira contou com a presença de Jean Ping, o presidente da Comissão da União Africana e de Donald Kaberuka, do Banco Africano para o Desenvolvimento.
Na ocasião, Jean Ping, apelou para que os africanos participem em massa na conferência de doadores sobre a crise humanitária no corno de África, marcada para 25 de Agosto. Segundo Ping, o encontro tem como objetivo além da recolha de fundos, encontrar igualmente "uma solução definitiva para o problema da fome".
Os trabalhos da cimeira terminam na manhã de quinta-feira com uma conferência de imprensa da nova liderança da SADC.
Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Edição: Nádia Issufo/António Rocha