Presidente do Djibuti concorre a um quarto mandato
7 de abril de 2016O Djibuti é uma base popular na região. Além da França, que conta já com uma importante base militar no pequeno país no Corno de África, também os Estados Unidos estão a construir aqui o seu "Camp Lemonnier".
O Japão está igualmente presente no país. Em 2015, a China anunciou a construção de uma base militar, provavelmente a úica fora da República Popular.
Graças aos seus portos, o Djibuti está entre os principais centros de comércio global. E ao contrário da vizinha Somália, a antiga colónia francesa é considerada politicamente estável.
Mas, apesar de tudo, a família do atual Presidente Ismail Omar Guelleh está no poder há quase 40 anos, desde a independência da França, em 1977. Nestas eleições, o chefe de Estado concorre pela quarta vez, apesar de antes ter prometido que o terceiro mandato seria o último.
Segundo observadores, os candidatos da oposição terão poucas oportunidades de vencer. Também a liberdade de imprensa no país já conheceu dias melhores. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, recentemente o Governo deteve e expulsou do país jornalistas da BBC.
Tensão pré-eleitoral
O ambiente no país é tenso e "dá a entender que não haverá eleições livres e justas", afirma Ahmed Soliman, da Chatham House, instituto britânico especializado em relações internacionais. "Este é um padrão que se repete. E em termos de resultados eleitorais é provável que sejam muito favoráveis para o Presidente", acrescenta o especialista.
Um receio também partilhado por Abate Ebo, da União para a Salvação Nacional, uma coligação de vários partidos da oposição. "Os detentores do poder no Djibuti são anti-democráticos. Não respeitam as leis e não querem ouvir falar numa mudança de Governo no nosso país".
Abate Ebo não tem dúvidas de que a maioria da população apoia a oposição e deverá votar nela nas eleições, mas teme que haja uma fraude eleitoral.
A União para a Maioria Presidencial, a coligação do Presidente Guelleh, contesta. Este ano há seis candidatos presidenciais, algo nunca visto na história política do país. "Esta é a prova de que a democracia no Djibuti goza de excelente saúde", sublinha em entrevista à DW África o porta-voz em França, Houmed Daoud.