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PolíticaQuénia

Presidente do Quénia destitui quase todo o Governo

EFE
11 de julho de 2024

William Ruto anunciou a exoneração de todos os ministros, com exceção do ministro das Relações Exteriores e do vice-presidente, e a demissão do procurador-geral, após semanas de protestos contra o aumento dos impostos.

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William Ruto, Presidente do QuéniaFoto: TONY KARUMBA/AFP

"Depois de ouvir atentamente o povo do Quénia e de fazer uma análise abrangente do desempenho da minha gestão, e de conquistas e desafios, decidi destituir com efeito imediato todos os ministros e o procurador-geral", declarou Ruto numa mensagem à nação feita na State House, a sede da Presidência em Nairóbi.

"É claro que o cargo de vice-presidente não será afetado de forma alguma", acrescentou.

Ruto fez o anúncio depois de uma série de protestos em massa desde 18 de junho contra um polémico projeto de lei de aumento de impostos, transformando-se gradualmente em manifestações contra o Governo, apesar da recusa do presidente em assinar a legislação.

"Os eventos recentes forçaram a retirada da Lei de Finanças, o que exigirá uma revisão e reorganização de nosso orçamento e gestão fiscal", analisou.

"Imediatamente irei focar-me em amplas consultas entre diferentes setores, grupos políticos e outros quenianos, tanto em público quanto em privado, com o objetivo de estabelecer um governo de base ampla que me ajudará a acelerar a implementação urgente e irreversível do programa que temos, incluindo outras medidas radicais para combater a dívida", enfatizou.

A repressão policial contra manifestantes já provocou 39 mortos
A repressão policial contra manifestantes já provocou 39 mortosFoto: KABIR DHANJI/AFP

Repressão policial

No dia 5 de julho, Ruto anunciou uma série de medidas de austeridade e anunciou que haveria mudanças no governo, composto por 20 ministérios.

As mobilizações não tiveram líderes oficiais e foram promovidas nas redes sociais por jovens da chamada "geração Z" (nascidos entre meados da década de 1990 e a primeira década do século XXI).

Desde o início dos protestos, a resposta das forças de segurança, que dispararam gás lacrimogéneo, balas de borracha e até mesmo munição real contra os manifestantes, deixou pelo menos 39 pessoas mortas, de acordo com a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNCHR).

Pelo menos 361 pessoas também ficaram feridas e 32 casos de desaparecimentos forçados foram registrados, de acordo com o órgão de vigilância.

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