Sissoco: "Governação não é para resolver problemas pessoais"
23 de agosto de 2024Umaro Sissoco Embaló fez a advertência após conferir posse a novos ministros e secretários de Estado por si nomeados na terça-feira (20.08).
"Quem pensar que vem para a governação para resolver os seus problemas pessoais está enganado. Isso é inegociável", exortou.
O Presidente guineense voltou a afirmar que ainda não pediu apoio a nenhum político ou partido do país para uma eventual candidatura sua a um segundo mandato presidencial.
"O que espero é que se foquem na consolidação do Estado. Só isso. Não disse a ninguém ainda que serei candidato. Falta ainda um ano e tal (para as presidenciais)", notou.
Aos novos governantes, Embaló pediu que se concentrem também na preparação e realização de eleições legislativas antecipadas por si marcadas para 24 de novembro.
A maioria de partidos com assento no parlamento dissolvido em dezembro tem exigido ao Presidente que convoque as eleições presidenciais ainda este ano, com o argumento de que o seu mandato termina em fevereiro de 2025.
Embaló tem afirmado, por diversas vezes, que as próximas presidenciais só terão lugar em finais de 2025.
"Vou terminar este mandato"
O Presidente guineense voltou a defender que irá exercer o atual mandato até ao fim, sem qualquer interrupção por golpe de Estado, e que no dia que deixar a presidência será de forma pacífica.
"Vou terminar este mandato e, o Presidente que o povo escolher, farei a transferência de dossiê (...) como o Presidente José Mário Vaz fez comigo", destacou.
Falando para os novos governantes, o Presidente pediu "mais atenção" do primeiro-ministro, Rui Duarte de Barros, com os setores dos Combatentes da Liberdade da Pátria e da Juventude.
O novo ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria é o médico psicólogo Ali Hijazy e o novo secretário de Estado da Juventude é o jurista e músico, Lesmes Monteiro, líder do Partido Luz.
Sissoco Embaló pediu igualmente atenção do Governo para com o setor da Comunicação Social, onde, disse, o novo ministro, o jurista Florentino Dias, tem de "impor regras".
"O vosso papel, ministro Florentino, não é fechar as rádios, mas as rádios têm de ser legais e devem pagar as contribuições ao Estado", defendeu Embaló.
O chefe de Estado guineense exortou ainda o novo ministro da Comunicação Social a regular a atividade dos jornalistas através dos sindicatos da classe.
"Tens de ajudar os sindicatos dos jornalistas para que estejam legais, porque o sindicato arregimenta a conduta dos profissionais do setor, evita que alguém se auto proclame jornalista só porque tem internet e um telefone", defendeu.