Professores de Cabinda capacitam-se no Brasil
6 de setembro de 2012Cerca de trinta professores da Universidade Onze de Novembro, em Cabinda, Angola, deixaram o país para se capacitar no Brasil. Os educadores vão começar um curso de mestrado e doutorado na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais que promove o programa de cooperação.
Antônio Francisco Macongo Chocolate coordena o grupo que acaba de chegar na cidade brasileira de Belo Horizonte, onde os professores universitários vão estudar. "Todos nós estamos entusiasmados no sentido de aumentar o nosso nível acadêmico. Somos professores do Instituto de Ciências da Educação, somos formadores de formadores e precisamos aumentar o nosso repertório cultural", afirma Chocolate.
Ainda de acordo com o professor-aluno, não somente a área de educação terá resultados positivos em Angola, mas o país como um todo. "Este é um investimento não só da Universidade, mas do próprio governo de Angola no sentido de diversificar um pouco a nossa formação. É importante que o corpo docente de uma instituição do ensino superior tenha conhecimentos diversificados".
Depois de capacitados, os professores deixam de ser alunos no Brasil e retornam ao país de origem, daqui a cerca de um ano, quando vão estar mais estruturados para dar continuidade às atividades acadêmicas previstas até a conclusão de suas dissertações e teses.
Intercâmbios também com outros países africanos de língua portuguesa
Além de Angola, o Brasil estreita ainda mais os laços com os países de Língua Portuguesa. O reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Clélio Campolina, explica o movimento que está resultando em vários acordos com os países africanos. "Isto está sendo feito numa perspectiva que nós chamamos de internacionalização solidária, sem dominação e sem submissão", diz.
O reitor sublinha, por exemplo, a cooperação com Moçambique, "neste momento a presidência da Associação das Universidades de Língua Portuguesa pertence a Moçambique e nós estamos a montar um programa de pós-graduação em nutrição para as universidades moçambicanas".
"Esperamos que com os acordos de mobilidade professores e alunos de países africanos de língua portuguesa possam estudar no Brasil e também professores e alunos brasileiros possam estudar em universidades africanas", conclui.
Autora: Camila Campos (Belo Horizonte)
Edição: Helena Ferro de Gouveia / António Rocha