1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

EUA: Protestos multiplicam-se após morte de George Floyd

Lusa | AP | mjp
30 de maio de 2020

Dezenas de cidades são palco de protestos depois do homicídio do afro-americano George Floyd pela polícia. Pentágono coloca Exército a postos. Presidente da Comissão da União Africana apela ao fim do racismo nos EUA.

https://p.dw.com/p/3d1vt
USA, Minneapolis: Proteste um den Tod George Floyds
Foto: Reuters/L. Jackson

O governador do estado da Geórgia declarou este sábado (30.05) estado de emergência, ativando a Guarda Nacional estadual, devido à escalada da violência em dezenas de cidades do país na sequência da morte do afro-americano George Floyd pela polícia.

Cinco centenas de agentes da Guarda Nacional estavam já mobilizados em Minneapolis e nas cidades vizinhas, onde George Floyd foi morto às mãos da polícia, na passada segunda-feira. 

Milhares de pessoas concentraram-se, ao início da noite de sexta-feira, em várias cidades norte-americanas em protesto pela morte de Floyd. 

Este sábado, a polícia de Detroit anunciou que um homem de 19 anos foi morto, depois de alguém que seguia num carro ter disparado sobre a multidão que protestava contra a morte do cidadão afro-americano.

No centro de Atlanta, no sudeste do país, perto da sede da cadeia de televisão CNN, grupos de manifestantes destruíram lojas e a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo, de acordo com imagens difundidas pelas televisões. 

Na área metropolitana de Minneapolis e de Saint Paul, cidades separadas pelo rio Mississippi, centenas de manifestantes cortaram uma ponte, onde se concentraram em protesto contra o recolher obrigatório imposto a partir do anoitecer na sexta-feira e durante todo o fim de semana. 

USA Minneapolis | Tod George Floyd nach Polizeigewalt | Ausschreitungen & Protest
Incêndio em Minneapolis, no Minnesota, durante os protestos desta sexta-feira Foto: Reuters/L. Jackson

Exército a postos

Nos últimos três dias, estas manifestações resultaram em pilhagens, incêndios de veículos policiais e confrontos com agentes. 

Na origem dos protestos está a morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, às mãos da polícia, depois de ter sido detido sob suspeita de ter tentado usar uma nota falsa de 20 dólares (18 euros) num supermercado de Minneapolis. 

Nos vídeos feitos por transeuntes e difundidos 'online', um dos quatro agentes, que participaram na detenção, tem um joelho sobre o pescoço de Floyd, durante minutos. 

Os quatro foram despedidos da força policial e o agente Derek Chauvin foi acusado de assassínio e homicídio involuntário. 

Na sexta-feira, o Pentágono tomou a rara decisão de ordenar ao Exército que colocasse unidades da polícia militar dos EUA em alerta, prontas para agir em Minneapolis.

Os soldados de Fort Bragg, na Carolina do Norte, e Fort Drum, em Nova Iorque, receberam ordens para estarem prontos para serem enviados dentro de vinte e quatro horas, se chamados, disseram à agência de notícias Associated Press três fontes com conhecimento direto dos pedidos e que pediram para não serem identificadas.

As ordens de preparação foram enviadas verbalmente na sexta-feira, depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir ao secretário de Defesa Mark Esper opções militares para ajudar a conter a agitação em Minneapolis, após os saques e incêndios registados em algumas partes da cidade.

USA Minneapolis Polizei |Tod eines Schwarzen Mannes
Imagens chocaram o mundoFoto: AFP/Facebook/Darnella Frazier

Diplomatas dos EUA em África posicionam-se

Entretanto, algumas embaixadas norte-americanas no continente africano deram um passo invulgar e emitiram declarações críticas, frisando que ninguém está acima da lei.

Os posicionamentos surgem depois de o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, ter condenado o homicídio de Floyd e afirmado, na sexta-feira, que a organização rejeita "as práticas discriminatórias contínuas contra os cidadãos negros dos EUA". Numa série de 'tweets', Moussa Faki Mahamat apelou à "erradicação total" de todas as formas de racismo nos Estados Unidos.

Também no Twitter, o embaixador para o Congo, Mike Hammer, destacou a questão que lhe foi enviada um empresário local: "Caro embaixador, o seu país é vergonhoso. A América orgulhosa, que passou por tudo, desde a segregação à eleição de Barack Obama, ainda não venceu os demónios do racismo. Quantas pessoas negras têm de ser mortas pela polícia para que as autoridades reajam com seriedade?".

"Estou profundamente abalado pela trágica morte de George Floyd em Minneapolis. O Departamento de Justiça está a levar a cabo uma investigação completa como prioridade de topo. Forças de segurança em todo o mundo devem ser responsabilizadas. Ninguém está acima da lei", responde, em francês, o diplomata norte-americano.

Outras embaixadas norte-americanas em África, como no Quénia e no Uganda, publicaram declarações semelhantes no Twitter.

Protestos contra violência policial racista em Portugal