Quelimane sem energia e telecomunicações após ciclone Freddy
12 de março de 2023"A situação é caótica", referiu um repórter da Televisão de Moçambique (TVM), através de uma ligação por satélite, referindo-se à destruição provocada pela passagem do ciclone Freddy.
O vento está a abrandar, mas continua a chover intensamente e não é fácil circular porque há árvores caídas, assim como postes de eletricidade e outras estruturas.
As habitações estão danificadas, a maioria de construção precária, além de haver danos em infraestruturas como escolas e unidades sanitárias, sobretudo nas coberturas.
Segundo a agência de notícias Reuters, que cita fontes no terreno, o fenómeno meteorológico desalojou centenas de pessoas quando atingiu o centro de Moçambique este domingo (12.03).
Segundo a televisão estatal, mais de 650 casas foram destruídas no distrito de Marromeu, enquanto na província de Sofala mais de 3.000 pessoas foram afetadas pelas enchentes.
Depois de passar a cidade portuária de Quelimane, a tempestade migrou para o interior em direção ao extremo sul do Malawi, segundo imagens de satélite.
A empresa elétrica nacional Eletricidade de Moçambique disse, a meio da tarde deste domingo, que a eletricidade tinha sido restabelecida em algumas zonas, com a excepção de Milange, Lugela, Maganja da Costa, Namanjavira e partes da cidade de Mocuba.
"O vento estava muito forte durante a noite... Há muita destruição, árvores caídas, telhados arrancados", disse Guy Taylor, membro da UNICEF em Moçambique, à Reuters através de uma ligação por satélite.
Um morto registado
Ainda não houve condições para as autoridades atualizarem o balanço dos prejuízos, mantendo-se a informação de um morto registado no sábado (11.03) depois do desabamento de uma casa na povoação de Maquival devido à intempérie.
As autoridades recomendam que a população permaneça em zonas abrigadas.
O Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) abriu centros de acolhimento e tem lançado alertas nos últimos dias para a população sair de casas precárias e zonas ribeirinhas ou que habitualmente são sujeitas a inundações.
O ciclone Freddy já perdeu força e é agora uma tempestade tropical, mas ainda assim deverá provocar chuva intensa até quarta-feira (15.03) no centro de Moçambique.
É a segunda vez que a intempérie se abate sobre o país, depois de um primeiro embate a 24 de fevereiro, provocando 10 mortes devido a condições adversas durante vários dias.