Ratos detectores de minas na Tanzânia, em Moçambique e Angola
A ONG belga APOPO treina ratos africanos gigantes para detectar minas am África. Os roedores são considerados superiores até mesmo aos cães, além de serem leves demais para provocar uma explosão.
"Ratos heróis" salvam vidas
Em vez de cães de detecção de minas, a ONG belga APOPO treina ratos africanos gigantes na Tanzânia. Os ratos têm um faro excepcionalmente aguçado. Uma vez que seu órgão olfativo está sempre perto do chão, são considerados superiores até mesmo aos cães na detecção de minas. Além disso, os roedores, que pesam cerca de um quilograma, são leves demais para provocar uma explosão.
Focinhos sensíveis precisam ser treinados
Os ratos usados na detecção de minas são preparados desde pequenos para identificar o TNT. Desde 2000, a ONG APOPO treina os roedores no campus da Universidade Sokoine de Agricultura, em Morogoro, na Tanzânia. Em 2006, os ratos começam as operações de desminagem em Moçambique, em 2012 em Angola. Antes de entrar em acção, os ratos precisam ser aprovados numa prova.
Busca sistemática
Os ratos aprendem a examinar sistematicamente um campo. Para tal, são presos com uma coleira a uma haste. Dois formadores acompanham o treinamento, cada um numa extremidade da haste. O rato trabalha lentamente em linha reta, de um lado para o outro. Durante a fase de treinamento, o rato exercita primeiro o cheiro de TNT puro, em um recipiente de metal.
Rastreando minas subterrâneas
Mais tarde, o treinamento é feito em um campo onde estão enterradas minas reais com detonadores desativados. Ao farejar o TNT, o rato cava o solo para mostrar que encontrou o explosivo. A formação de cada rato leva cerca de um ano e custa seis mil dólares.
Sucesso premiado
Durante o treinamento, o sucesso dos ratos é recompensado com um click sonoro e comida – aqui, com um pedaço de banana. Um rato detector bem treinado pode farejar até 400 metros quadrados por dia. Em comparação, uma pessoa precisaria de duas semanas para desminar esta área.
Olfato flexível
Comparados a cães, os ratos são menos ligados aos seus tutores individuais. Mesmo quando são treinados com frequência pelo mesmo profissional, este não precisa obrigatoriamente estar presente no campo minado. Ainda assim, os roedores trabalham de forma confiável. Desta forma, os ratos treinados na Tanzânia podem ser enviados, sem problemas, para missões em Moçambique, Angola, Tailândia e Camboja.
Atividade em Moçambique
Em Moçambique, a equipe já examinou mais de 6,5 milhões de metros quadrados de terra. Foram encontradas e destruídas quase duas mil minas terrestres, mil bombas não deflagradas e mais de 12 mil armas e munições. Atualmente, sete equipes com 54 ratos detectores de minas estão em ação. O país anunciou que terá todo o território livre de minas até o final deste ano.