RDC: "Orgulho de ser albino"
Vítimas de maus-tratos e evitados pela sociedade, os albinos na República Democrática do Congo (RDC) enfrentam uma série de preconceitos. O primeiro festival albino do país procurou contrariar a situação.
Vítimas da ignorância
Por causa da sua cor de pele, os albinos são muitas vezes ostracizados pela sociedade e até mesmo perseguidos. O albinismo é um distúrbio congénito caracterizado pela ausência total ou parcial de melanina na pele.
Ver além da cor da pele
"Fièrement Ndundu" - "Orgulho de ser albino", o primeiro festival dedicado aos albinos, foi uma pequena revolução. Em finais de agosto de 2015, durante três dias, muitos albinos reuniram-se na capital congolesa, Kinshasa, em busca de uma maior aceitação por parte da sociedade. Na abertura do festival não só albinos estiveram presentes.
Mitos sobre albinos
O organizador Yannick Mambo quer que os preconceitos sobre o albinismo sejam esclarecidos. Na África Oriental, ainda é generalizada a crença de que os albinos têm poderes mágicos. Na vizinha Tanzânia, são perseguidos e mortos - partes de corpos de albinos são vendidos no mercado negro por muito dinheiro. "O mundo é um mosaico", diz Mambo. "E as diferentes cores de pele são pequenas partes dele."
Bom para o negócio
Durante o festival em Kinshasa foi realizado um seminário para comerciantes e mulheres que têm os seus próprios negócios. A principal mensagem transmitida foi que não devem ver o albinismo como uma falha, mas sim como uma vantagem.
Tirar partido da diferença
A empresária Chantal Mulani está grata pela apresentação sobre marketing. Aprendeu que pode usar o albinismo para chamar a atenção para o seu negócio. "Nunca pensei nisso antes. Em vez de ter vergonha da minha doença, deveria vê-la como uma vantagem", afirma.
Apoio de peso
Por medo de perseguição, os pais de crianças albinas muitas vezes escondem os seus filhos em casa. Lexus Légal (à direita) considera que isso está errado. O rapper congolês, que atuou na abertura do festival, usa a sua popularidade para apelar à consciência dos pais. "Eles devem dar aos seus filhos a sensação de que são amados. Os pais não devem estigmatizar os seus próprios filhos", defende.
Palavras fortes
Samy Mulumba quer encorajar outros albinos com a sua história. Tem uma carreira de sucesso e trabalha como procurador no Tribunal de Kinshasa. Durante o festival, Mulumba também informou as pessoas presentes sobre os seus direitos. "Os direitos das pessoas com albinismo devem ser respeitados", diz.