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Redes mosquiteiras contra a malária distribuídas na Zambézia

13 de julho de 2020

Na província da Zambézia, em Moçambique, estão a aumentar os casos de malária. Redes mosquiteiras vão ser distribuídas a toda a população, observando várias medidas de segurança para prevenir a transmissão da Covid-19.

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Foto: DW/M. Mueia

Em plena pandemia de Covid-19, a malária está a preocupar a província da Zambézia. Os casos estão a aumentar e as autoridades temem que a situação se agrave ainda mais perante a resistência do mosquito na origem da doença. Por isso, nos próximos dias planeiam distribuir redes mosquiteiras.

As redes mosquiteiras vão ser distribuídas de casa em casa a partir do próximo dia 27, observando várias medidas de segurança. As autoridades sanitárias da Zambézia querem evitar a transmissão do coronavírus no processo de entrega das redes para travar a malária.

Nos últimos anos, esta tem sido uma das medidas privilegiadas pelas autoridades para salvar a população da picada do mosquito que transmite a doença, juntamente com a pulverização intra-domiciliária.

Mosambik Provinz Zambezia | Mimi Joaquim
Mimi Joaquim não têm boas memórias da última distribuição de redes mosquiteirasFoto: DW/M. Mueia

Os cidadãos esperam que a campanha seja bem organizada. Muitos, como Mimi Joaquim, não têm boas memórias da última distribuição de redes mosquiteiras.

"Havia muita confusão. Uma criança morreu por causa de movimento das pessoas, eram muitas pessoas. Depois de três dias começaram a passar nos bairros a pedir para que as pessoas fossem receber as redes no campo, mas mesmo assim há pessoas que tinham senhas mas não receberam", conta.

Flávia António Obra, uma outra residente em Quelimane, acrescenta: "O processo de distribuição das redes foi totalmente crítica porque havia muito barrulho e muitas pessoas.”

Redes funcionam?

Em varias regiões da Zambézia, alguns moradores usam as redes mosquiteiras não para combater a malária, mas para conservar plantas e cereais e até na pesca artesanal. Alegam que as redes só funcionam durante uma semana e, depois disso, atraem mais mosquitos.

Mosambik Provinz Zambezia | Alberto Muchera
Alberto Muchara garante: "As redes serão dadas a toda a população"Foto: DW/M. Mueia

As autoridades garantem que as redes que vão ser distribuídas nesta campanha serão tratadas com outro tipo de inseticidas, com mais capacidade de repelir e matar o mosquito. É o que explica o chefe do departamento de combate à malária, na Direção Provincial de Saúde, Alberto Muchara.

"As redes serão dadas a toda a população. Serão distribuídas todas tratadas com inseticidas para evitar que o mosquito desenvolva uma resistência. Estamos a fazer o treinamento de todos que estarão envolvidos no processo de distribuição olhando pela situação da Covid-19. A distribuição será de porta em porta para evitar aglomerados por causa da pandemia da Covid-19”, assegura.

Mais infeções que em 2019

De janeiro a junho deste ano, a Zambézia registou quase 880 mil casos de malária contra cerca de 770 mil no ano passado. Alberto Muchara diz que "é um desafio de Governo lutar para reduzir a malária na nossa província."

"A distribuição das redes mosquiteiras é uma ferramenta fundamental e uma estratégia de programa nacional de controlo da malária muito importante para reduzir a malária. Todos agregados familiares irão receber redes mosquiteiras numa a proporção de duas redes para cada família. A campanha vai decorrer em 14 dias, vão ser distribuídas cerca de 3.248.824 redes tratadas para um total de 1.461.7330 agregados", indica o chefe da Direção provincial de Saúde.

João Amado, um residente do bairro santagua em Quelimane diz aguardar com expectativa a distribuição das redes porque há muitos mosquitos na sua zona: "Eu uso em minha casa junto à minha família. Há pessoas que não conhecem a importância de uso das redes mosquiteiras, usam para a pescas. Para mim, mil vezes usar para prevenir a malária."

A campanha de distribuição de redes mosquiteiras na Zambézia vai custar ao Governo e parceiros mais de 257 milhões de meticais - o equivalente a 3 milhões e 240 mil euros.

Saúde em África: Como combater a malária?