Pilotos tentaram voltar a aeroporto de Teerão antes da queda
9 de janeiro de 2020O acidente que causou 176 mortes (83 iranianos, 63 canadianos, 11 iranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos) está marcado por dúvidas, já que a queda foi registada depois de uma série de ataques com mísseis realizado pelos iranianos a bases militares no Iraque, em Ain Assad e Erbil, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.
As duas caixas pretas do Boeing 737 foram recuperadas e estão na posse da polícia iraniana. Os dados gravados tanto das conversas na cabine quanto da parte técnica da aeronave vão ajudar a esclarecer as causas da queda. Segundo um comunicado da Ukrainian Airlines, o avião chegou a subir 2,4 mil metros de altura antes de acontecer a queda, o que pode desqualificar uma possível falha da tripulação que tinha grande experiencia com voos na região e com esse tipo de aeronave.
A Organização da Aviação Civil do Irão indicou que o avião se dirigia inicialmente para o oeste e, "depois de ocorrer o problema, virou à direita e tentou retornar ao aeroporto internacional Imã Khomeini, em Teerão, quando se despenhou".
As primeiras indicações disponibilizadas pelas autoridades iranianas apontavam para a existência de problemas mecânicos na origem da queda do avião, que fazia a rota Teerão-Kiev.
Luto nacional na Ucrânia
O Presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, decretou hoje luto nacional pelas vítimas do acidente do avião ucraniano da Boeing que ocorreu perto de Teerão, a maior catástrofe desse tipo na história recente do país. "A fim de honrar a memória dos mortos, o Presidente decretou descer as bandeiras da Ucrânia nos órgãos estatais, regionais, empresariais, estaduais e governamentais a meia haste", informou num comunicado a Presidência ucraniana.
Zelensky prometeu aos seus concidadãos que seria realizada uma investigação completa e independente das causas do acidente. "É uma prioridade para a Ucrânia estabelecer as causas do acidente de avião", acrescentou.
O Presidente espera que os investigadores ucranianos, que chegaram hoje ao Irão, se juntem ao trabalho da equipa de investigação que estuda o acidente, em particular analisando as caixas-negras do avião.
O Presidente pediu aos cidadãos ucranianos que evitem viagens à região (Médio Oriente) e não especulem sobre as razões do acidente até que os resultados oficiais da investigação sejam anunciados. "Peço a todos, especialmente na situação de guerra informativa em que a Ucrânia está, que se abstenham de manipulações, especulações, teorias da conspiração, avaliações precipitadas e versões sem confirmação", disse Zelensky.